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Os Anabatista, Batistas

Os Anabatista, Batistas

                                                                      Os Anabatistas 

 

 Felix Manz ( 14981527)    George Blaurock (1491-1529)  Conrad Grebel (1498-1526)

                                                                              

Os anabatistas liderados por Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz ansiavam por uma reforma mais profunda. Conrad Grebel (1498-1526) pode ser tido como o fundador do movimento anabatista suíço. Membro de uma influente família nobre recebeu uma excelente educação nas universidades de Viena e Paris. Depois de sua conversão, em 1522, trabalhou ao lado de Zwínglio até romperem em 1525. O primitivo ensino de Zwínglio de que o batismo infantil não tinha base bíblica o atraía. Em 1525 o Conselho de Zurique ordenou a Grebel e a Felix Manz (Felix Manz foi executado por afogamento ), que desistissem de promover reuniões de estudos bíblicos. George Blaurock foi batizado por Grebel em 1527 e depois batizou Grebel e vários outros.

Enquanto isso na Alemanha Thomas  Müntzer (1489-1525) Liderou uma revolta em 1524 com camponeses da região do Reno. Além de atacar a Igreja pela cobrança de dízimos, passam a reivindicar a reforma agrária e a abolição dos privilégios feudais. Ele afirmava ser Luterano. O movimento se espalhou por várias regiões alemãs com assaltos a castelos, queima dos mosteiros e roubo de colheitas. A essas manifestações, seguiu-se uma repressão violenta da nobreza alemã. Müntzer foi preso e decapitado e houve o massacre de milhares de camponeses. Ele foi um dos grandes pregadores do Anabatismo (onde os convertidos eram batizados na idade adulta, mesmo já sendo batizados quando criança).

Os anabatistas, fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, próxima a Zurique, na Suíça, de acordo com a doutrina e conduta cristãs pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua nova vida em Cristo.

Quando um grupo de refugiados ingleses foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado.

John Smyth (1570 - 1612) defendia que as crianças não deveriam ser batizadas por duas razões bíblicas: primeira, não há nenhum exemplo no  Novo Testamento de que bebês tenham sido batizados por Jesus, nem por seus discípulos; e segundo, Jesus ordenou aos discípulos que ensinassem e depois batizassem. John Smyth também discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor. Após uma aproximação com os menonitas (anabatistas) e, examinando a bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada.

 

 Thomas Helwys (1550 - 1616) aceitou as ideias de Smyth e expandiu-as, incluindo o mandamento de Jesus de testemunhar a própria fé. Os batistas ingleses do século XVII dependeram dos reformadores do século anterior para ter o solo preparado para que reformas mais profunda ocorressem. Entre os batistas existem os ante-anabatistas e os simpatizantes, que é a grande maioria,  com  os quais partilham várias crenças. Ao separa-se da Igreja da Inglaterra por sua dependência da tradição e de seu regime autoritário, os batistas afirmaram as bases de suas convicções sobre o livre exame exclusivo da Bíblia.                             

 

                                      Batistas ilustres

 

Das muitas histórias de pastores e igrejas batistas perseguidos na Inglaterra durante os anos de 1534 a 1688, há uma que até hoje tem comovido o mundo todo.

John Bunyan (1628-1688) ganho para Cristo após o árduo trabalho de sua esposa (uma batista), que lhe trazia a Bíblia e livros para ler.

 Em 1653 ele batizado foi pela Igreja de Bedford. Desde então sua vida é um exemplo de fé e firmeza nas tribulações.

Até na prisão Bunyan pregava aos companheiros. Tinha consigo apenas dois livros: Livro dos Martires, de Fox, e a Bíblia. Veio então grande inspiração e escreveu O Peregrino. Promulgada a declaração de indulgencias, foi Bunyan posto em liberdade, e logo depois eleito pastor de sua velha igreja. Três anos depois a declaração foi renovada, voltando Bunyan para a prisão por ser pastor não conformista".

John Bunyan (28 de Novembro de 1628 – 31 de Agosto de 1688, Londres), foi um escritor cristão e um pregador nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra. Foi o autor de The Pilgrim's Progress ("O Peregrino"), provavelmente a alegoria cristã mais conhecida que alguma vez foi publicada.

Bunyan teve pouca educação escolar. Ele seguiu o seu pai no comércio de Tarish Tinker, e serviu no exército parlamentário de Newport Pagnell (1644 – 1647); em 1649 ele casou-se com uma jovem mulher. John viveu em Elstow até 1655 (quando sua esposa morreu) e então se mudou para Bedford. Ele se casou de novo em 1659.

Em sua autobiografía, Grace Abounding (Abundante Graça), Bunyan descreve a si mesmo como tendo conduzido uma vida abandonada em sua juventude; mas não existe nenhuma evidência que ele era pior que seus vizinhos: o único defeito que ele especifica é a profanação, outros sendo as danças.

O surpreendente poder de sua imaginação o levou a contemplar atos de impiedade e profanação, e a uma vívida realização dos perigos por eles envolvidos. Em particular ele era atormentado por uma curiosidade concernindo o “pecado imperdoável,” e uma preposição que ele já o havia cometido. Ele continuamente ouvia vozes alertando-o a “vender Cristo,” e era torturado por temerosas visões. Depois de severos conflitos espirituais ele escapou desta condição, e se tornou um entusiástico e assegurado devoto. Ele foi recebido na igreja Batista em Bedford por imersão no rio River Great Ouse em 1653. Em 1655 ele se tornou um diácono e começou a pregar, com marcante sucesso desde o início.

Bunyan desconcordava fortemente com os ensinos da Sociedade dos Amigos e tomou parte em debates escritos durante os anos 1656-1657 com alguns de seus líderes.

 “Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração.”             ( John Bunyan )

“A conversão não é um processo suave e fácil como algumas pessoas imaginam; se assim fosse, o coração do homem jamais teria sido comparado a um solo não cultivado, e a palavra de Deus a um arado.” ( John Bunyan )

 

 

Charles Haddon Spurgeon  (1834-1892) conhecidíssimo como o príncipe dos pregadores,  foi o mais conhecido pregador da Inglaterra.

Houve época em que o simples fato de optar pela religião protestante equivalia a colocar a cabeça a prêmio. No século 15, Carlos V, o imperador espanhol, queimou milhares de protestantes em praça pública. Seu filho, Filipe II, vangloriava-se de ter eliminado dos países baixos da Europa cerca de 18 mil "hereges protestantes".

Para fugir da perseguição implacável, outros milhares de cristãos foram para a Inglaterra. Dentre eles, estava a família de Spurgeon, o homem que se tornaria um dos maiores pregadores de todo o Reino Unido.

Spurgeon obteve tão bom resultado em seu ministério evangelístico que, além de influenciar gerações de pastores e missionários com seus sermões e livros, até hoje é chamado de Príncipe dos pregadores.

Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguição. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus.

Segundo os livros que contam a história de sua vida, Spurgeon orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coração, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisão por Cristo.

Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregação - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.

Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon não conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.

Início de uma nova caminhada - Após a conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge.

Embora fosse jovem, Spurgeon tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho.

Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso.

Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (Anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava?

Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas.

A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Não havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. No entanto, Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.

Tamanha audiência - O sermão inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento.

No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. As vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas, lembrou Spurgeon alguns anos depois.

Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis.

Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.

Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda.

Spurgeon levava as Boas Novas não só para as reuniões ao ar livre, mas também aos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.

Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.

Sucesso - Mais de cem anos depois de sua morte, muitos teólogos ainda tentam descobrir como Spurgeon obtinha tamanho sucesso. Uns o atribuem às suas ilustrações notáveis, a habilidade que possuía para surpreender a platéia e à forma com que encarava o sofrimento das pessoas.

Entretanto, para o famoso teólogo americano Ernest W. Toucinho, autor de uma biografia sobre Spurgeon, os fatores que atraíam as multidões eram estritamente espirituais: O poder do Espírito Santo, a pregação da doutrina sã, uma experiência de religioso de primeira-mão, paixão pelas almas, devoção para a Bíblia e oração a Cristo, muita oração. Além disso, vale lembrar que todas as biografias, mesmo as mais conservadoras, narram as curas milagrosas feitas por Jesus nos cultos dirigidos pelo pregador inglês.

As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam considerações sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasião, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem.

Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.

Importância - O amor de Spurgeon tinha raízes. Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade.

E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.

A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula.

Seus vários comentários bíblicos ainda são muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhã e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino. Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas.

Era muito comum em épocas passada ( reforma e pós-reforma ) alguns homens de Deus terem costumes que são repudiados em nossos dias; como: beber cerveja, fumar charuto ou cachimbo etc.; não que todos tivesse essa prática, mas, um bom número a exercitava.  Por outro lado existia a frente de combate, servos de Deus que pregavam contra essas práticas mostrando tanto o pecado da escravidão pelo vício quanto o problema da saúde.  

Spurgeon, ao ver o comprometimento de seu ministério e o testemunho de vida cristã abalado, pôs fim ao problema abandonando definitivamente o seu famoso cachimbo.

Na ocasião em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.

"Naturalmente o pregador se distingue acima de todos os demais como homem de oração. Ele ora como um cristão comum, ou de outra forma seria hipócrita. Ora mais que os cristãos comuns, ou de outra forma estaria desqualificado para o cargo que assumiu". Lições aos Meus Alunos (v.2), p. 61.

"O ministro que não ora fervorosamente pela obra que realiza, só pode ser um homem fútil e vaidoso". Lições aos Meus Alunos (v.2, p. 70)

A bíblia, toda a bíblia e nada mais do que a bíblia, é a religião da igreja de Cristo.

A alma sem oração é uma alma sem Cristo. A oração é o balbuciar do crente infante, o clamor do crente na batalha, o requiém do santo moribundo, descansado em Jesus. Ela é a respiração, o lema, o conforto, a força, a honra de um cristão". Meditações Matinais, 2 de janeiro.( Charles Haddon Spurgeon )

 

     

                                CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689

 

Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembléia Geral reunida em Londres de 03 a 11 de julho de 1689.  Alguns capítulos:

 

CAPÍTULO 3  ETERNOS DECRETOS DE DEUS

1. Desde toda a eternidade, Deus mesmo decretou todas as coisas que iriam acontecer no tempo; e isto Ele fez segundo o conselho da sua própria vontade, muita sábia e muito santa.1 Fez porém, de um modo em que Deus em nenhum sentido é o autor do pecado,2 nem se torna co-responsável pelo pecado, nem faz violência à vontade de suas criaturas, nem impede a livre ação das causas secundárias ou contingentes. Pelo contrário, estas causas secundárias são confirmadas; 3 e em tudo isso aparece a sabedoria de Deus em dispor de todas as coisas, e o seu poder e fidelidade em fazer cumprir seu decreto.4

1 Isaías 46:10; Efésios 1:11; Hebreus 6:17; Romanos 9:15,18.2 Tiago 1:13; I João 1:5.3 Atos 4:27-28; João 19:11.4 Números 23:19; Efésios 1:3-5.

2. Embora Deus saiba tudo quanto pode ou poderá acontecer,5 em todas as condições possíveis, Ele nada decretou por causa do seu conhecimento prévio do futuro ou daquilo que viria a acontecer em determinada situação.6

5 Atos 15:18.6 Romanos 9:11,13,16,18.

3. Pelo decreto, e para manifestação da glória de Deus, alguns homens e alguns anjos são predestinados (ou preordenados) para a vida eterna através de Jesus Cristo,7 para louvor da sua graça gloriosa.8 Os demais são deixados em seu pecado, agindo para sua própria e justa condenação; e isto para louvor da justiça gloriosa de Deus.9

7 I Timóteo 5:21; Mateus 25:34.8 Efésios 1:5-6.9 Romanos 9:22-23; Judas 4.

4. Os anjos e homens predestinados (ou preordenados) estão designados de forma particular e imutável, e o seu número é tão certo e definido que não pode ser aumentado ou diminuído.10

10 II Timóteo 2:19; João 13:18.

5. Dentre a humanidade, aqueles que são predestinados para a vida, Deus os escolheu em Cristo para glória eterna; e isto de acordo com o seu propósito eterno e imutável, pelo conselho secreto e pelo beneplácito da sua vontade, antes da fundação do mundo, apenas por sua livre graça e amor,11 nada havendo em suas criaturas que servisse como causa ou condição para essa escolha.12

11 Efésios 1:4,9,11; Romanos 8:30; II Timóteo 1:9; I Tessalonicenses 5:9.12 Romanos 9:13,16; Efésios 2:5,12.

6. Deus não apenas designou os eleitos para glória, de acordo com o propósito eterno e espontâneo da sua vontade, mas também preordenou todos os meios pelos quais o seu propósito será efetivado.13 Por isso os eleitos, achando-se caídos em Adão, são redimidos em Cristo14 e chamados eficazmente para a fé nEle, pela ação do Espírito Santo, e no seu devido tempo; e são justificados, adotados, santificados15 e guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação.16

Ninguém mais é redimido por Cristo, chamado eficazmente, justificado, adotado, santificado e salvo, senão unicamente os eleitos.17

13 I Pedro 1:2; II Tessalonicenses 2:13.14 I Tessalonicenses 5:9-10.15 Romanos 8:30; II Tessalonicenses 2:13.16 I Pedro 1:5.17 João 10:26; João 17:9; João 6:64.

7. Este alto mistério da predestinação deve ser tratado com especial prudência e cuidado, para que os homens, atentando para a vontade de Deus revelada em sua Palavra, e prestando-lhe obediência, possam assegurar-se de sua eleição eterna,18 pela comprovação de sua chamada eficaz. Será desse modo que a doutrina da predestinação promoverá louvor,19 reverência e admiração a Deus, bem como humildade,20 diligência e consolação abundante para todos os que obedecem sinceramente ao evangelho.21

18 I Tessalonicenses 1:4-5; II Pedro 1:10.19 Efésios 1:6; Romanos 11:33.20 Romanos 11:5-6,20.21 Lucas 10:20.

 

CAPÍTULO 6   A QUEDA DO HOMEM

1. Deus criou o homem justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que lhe seria para vida, se a guardasse, ou para morte, se a desobedecesse.1 Mesmo assim o homem não manteve por muito tempo a sua honra. Satanás valeu-se da astúcia da serpente para seduzir Eva; e esta seduziu a Adão, que, sem ser compelido, transgrediu voluntariamente a lei instituída na criação, e a ordem de não comer do fruto proibido.2 De acordo com seu conselho sábio e santo, aprouve a Deus permitir a transgressão, porque, no âmbito do seu propósito, mesmo isso Ele usaria para a sua própria glória.

1 Gênesis 2:16-17.2 Gênesis 3:12-13; II Coríntios 11:3.

2. Por esse pecado, nosso primeiros pais decaíram de sua condição original de retidão e comunhão com Deus. No pecado deles nós também pecamos, e por isso a morte veio sobre todos;3 todos se tornaram mortos no pecado4 e totalmente corrompidos, em todas as faculdades e partes do corpo e da alma.5

3 Romanos 3:23.4 Romanos 5:12-21.5 Tito 1:15; Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-19.

3. Sendo eles os ancestrais e, pelo desígnio de Deus, os representantes de toda humanidade, a culpa do pecado foi imputada a toda a sua posteridade, e a corrupção natural passou a todos os seus descendentes,6 por nascimento, visto que todos são concebidos em pecado.7 E são por sua natureza filhos da ira,8 escravos do pecado e passíveis de morte;9 e todos estão sujeitos às misérias espirituais, temporais e eternais, a menos que o Senhor Jesus os liberte.10

6 Romanos 5:12-19; I Coríntios 15:21-22,45,49.7 Salmo 51:5; Jó 14:4.8 Efésios 2:3.9 Romanos 6:20; Romanos 5:12.10 Hebreus 2:14-15; I Tessalonicenses 1:10.

4. Da corrupção natural procedem todas as atuais transgressões,11 porque ela nos torna completamente indispostos, incapacitados e contrários a todo bem, e totalmente inclinados para todo o mal.12

11 Tiago 1:14-15; Mateus 15:19.12 Romanos 8:7; Colossenses 1:21.

5. Durante esta vida, a corrupção de natureza permanece, mesmo naqueles que são regenerados.13 E embora ela seja perdoada e mortificada mediante Cristo, a corrupção em si, as suas inclinações, e o que dela procede, tudo é verdadeiramente pecado.14

13 Romanos 7:18,23; Eclesiastes 7:20; I João 1:8.14 Romanos 7:23-25; Gálatas 5:17.

 

 

CAPÍTULO 7  O PACTO DE DEUS COM O HOMEM

1. A distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência, por ser Ele o criador, elas jamais poderiam alcançar o Dom da vida, senão por alguma condescendência voluntária da parte de Deus.1 E isto Ele se agradou em expressar por meio de um pacto com o homem.

1 Lucas 17:10; Jó 35:7-8.

2. Tendo o homem trazido sobre si mesmo a maldição da lei, por causa de sua queda no pecado, o Senhor teve por bem estabelecer o pacto da graça.2 Neste pacto Deus oferece gratuitamente, a pecadores, vida e salvação por Jesus Cristo, requerendo-lhes fé nEle para que sejam salvos,3 e prometendo dar o Espírito Santo a todos os que estão destinados para a vida eterna, para lhes dar a vontade e a capacidade para crerem.4

2 Gênesis 2:17; Gálatas 3:10; Romanos 3:20-21.3 Romanos 8:3; Marcos 16:15-16; João 3:16.4 Ezequiel 36:26-27; João 6:44-45; Salmo 110:3.

3. Este pacto está revelado no evangelho: primeiramente na promessa feita a Adão, de salvação pelo descendente da mulher;5 depois, por etapas sucessivas, até que sua plena revelação foi manifestada no Novo Testamento.6 O pacto está fundamentado na eterna aliança que havia entre o Pai e o Filho para a redenção dos eleitos;7 é somente pela graça deste pacto que os descendentes de Adão que são salvos obtêm vida e uma bendita imortalidade, pois o homem é agora totalmente incapaz de ser aceito diante de Deus nos mesmos termos em que Adão vivia, em seu estado de inocência.8

5 Gênesis 3:15.6 Hebreus 1:1.7 II Timóteo 1:9; Tito 1:2.8 Hebreus 11:6,13; Romanos 4:1-2; Atos 4:12; João 8:56.

 

CAPÍTULO 9  O LIVRE ARBITRIO

1. Deus dotou a vontade humana com a liberdade e o poder natural de agir por escolha, sem ser forçada ou predeterminada por alguma necessidade natural para fazer o bem ou o mal.1

1 Mateus 17:12; Tiago 1:14; Deuteronômio 30:19.

2. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que era bom e agradável a Deus.2 Essa, porém, era uma condição mutável, pois o homem podia decair dessa liberdade de poder.3

2 Eclesiastes 7:29.3 Gênesis 3:6.

3. Com a queda no pecado, o homem perdeu completamente toda a sua habilidade volitiva para aquele bem espiritual que acompanha a salvação.4 Por isso, o homem natural é inteiramente adverso a esse bem, e está morto em pecados.5 Ele não é capaz de se converter por seu próprio esforço, e nem mesmo de se dispor a isso.6

4 Romanos 5:6; Romanos 8:7.5 Efésios 2:1,5.6 Tito 3:3-5; João 6:44.

4. Quando Deus converte um pecador, e o transfere para o estado de graça, Ele o liberta da sua escravidão natural do pecado,7 e, somente pela graça, o habilita a livremente querer e fazer aquilo que é espiritualmente bom.8 Mesmo assim, por causa de certas corrupções que permanecem, o homem redimido não faz o bem perfeitamente e nem deseja somente aquilo que é bom, mas também o que é mau.9

7 Colossenses 1:13; João 8:36.8 Fl.2:13.9 Romanos 7:15,18-19,21,23.

5. Somente no estado de glória a vontade do homem será transformada, perfeita e imutavelmente;10 e então será livre para fazer apenas o bem.

10 Efésios 4:13.

CAPÍTULO 10  A VOCAÇÃO EFICAZ

1. Aqueles a quem Deus predestinou para a vida, Ele se agrada em chamar eficazmente,1 no tempo aceitável e por Ele mesmo determinado; por meio de sua Palavra e de seu Espírito; do estado natural de pecado e morte, para a graça e a salvação por Jesus Cristo.2

Isso Deus faz iluminando-lhes a mente de maneira espiritual e salvadora, para que compreendam as coisas de Deus;3 tirando-lhes o coração de pedra e dando-lhes um coração de carne;4 renovando-lhes a vontade e, pela sua onipotência, predispondo-os para o bem e trazendo-os irresistivelmente para Jesus Cristo.5 No entanto, eles vêm a Cristo espontânea e livremente, porque a graça de Deus lhes dispõe o coração para isso.6

1 Romanos 8:30; Romanos 11:7; Efésios 1:10-11; II Tessalonicenses 2:13-14

2 Efésios 2:1-6.3 Atos 26:18; Efésios 1:17-18.4 Ezequiel 36:26.5 Deuteronômio 30:6; Ex.36:27; Efésios 1:19.6 Salmo 110:3; Cantares de Salomão 1:4.

2. A chamada eficaz é resultante da graça especial e gratuita, de Deus, e não de algo que de antemão seja visto no homem; e nem de poder algum ou ação da criatura cooperando com a graça especial de Deus.7 Por estar morta em pecados e transgressões, a criatura mantém-se totalmente passiva, até que, na chamada eficaz, ela seja vivificada e renovada pelo Espírito Santo.8 A pessoa, então, é habilitada a responder a essa chamada e a abraçar a graça que ela comunica e oferece. Para isso é necessário um poder que de modo nenhum é menor do que aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.9

7 II Timóteo 1:9; Efésios 2:8.8 I Coríntios 2:14; Efésios 2:5; João 5:25.

9 Efésios 1:19-20.

3. As crianças que morrem na infância, se eleitas, são regeneradas e salvas por Cristo, através do Espírito,10 que obra quando, onde e como lhe agrada.11 Do mesmo modo são salvas todas as outras pessoas incapazes de serem chamadas exteriormente, pelo ministério da Palavra.

10 João 3:3,5-6.11 João 3:8.

4. Outros, não eleitos, podem ser chamados pelo ministério da Palavra, e desfrutar de algumas operações comuns do Espírito Santo. Contudo, por não serem eficazmente trazidos a Cristo, pelo Pai, eles não desejam nem podem realmente vir a Cristo; e, portanto, não podem ser salvos. Muito menos poderão ser salvos os que não seguem a religião cristã, por mais diligentes que sejam em conformar suas vidas à luz da natureza e aos ensinamentos da religião que professam.

 Mateus 22:14; Mateus 13:20-21; Hebreus 6:4-5. João 6:44-45,65; I João 2:24-25. Atos 4:12; João 4:22; João 17:3.

 

CAPÍTULO 11  A JUSTIFICAÇÃO

1. Aqueles a quem Deus chama eficazmente, Ele também os justifica, gratuitamente;1 não por infundir-lhes justiça, mas perdoando-lhes os pecados, considerando-os e aceitando-os como pessoas justas;2 não por coisa alguma realizada neles ou por eles mesmos feita, mas unicamente por consideração a Cristo;3 não por imputar-lhes como justiça a fé, o ato de crer, ou qualquer outra obediência evangélica, mas por imputar-lhes a obediência ativa de Cristo (a toda a lei) e sua obediência passiva (na morte), como total e única justiça daqueles4 que recebem a Cristo e nEle descansam, pela fé; e esta fé, não a tem de si mesmos, é Dom de Deus.

1 Romanos 3:24; Romanos 8:30.2 Romanos 4:5-8; Efésios 1:7.3 I Coríntios 1:30-31; Romanos 5:17-19.4 Filipenses 3:8-9; Efésios 2:8-10.5 João 1:12; Romanos 5:17.

2. A fé, assim recebendo e apoiando-se em Cristo e sua justiça, é o único instrumento de justificação.6 Porém, ela não está sozinha na pessoa justificada: está sempre acompanhada de todas as outras graças salvadoras; e não é uma fé morta, pois atua pelo amor.7

6 Romanos 3:28.7 Gálatas 5:6; Tiago 2:17,22,26.

3. Pela sua obediência e morte, Cristo pagou plenamente a dívida de todos os que são justificados. A favor destes, pelo sacrifício de si mesmo, no sangue da sua cruz, Ele deu satisfação adequada, verdadeira e plena à justiça de Deus, quando tomou o lugar deles e recebeu a punição que a eles era devida.8 O Pai voluntariamente concedeu Cristo, e livremente aceitou a obediência de Cristo e o seu cumprimento da Lei, em substituição, a favor dos que seriam justificados, sem que neles houvesse mérito algum.9 Portanto, justificação advém exclusivamente da graça gratuita, para tanto a justiça rigorosa como a abundante graça de Deus possam ser glorificadas na justificação de pecadores,10

8 Hebreus 10:14; I Pedro 1:18-19; Isaías 53:5-6.9 Romanos 8:32; II Coríntios 5:21.10 Romanos 3:26; Efésios 1:6-7; Efésios 2:7.

4. Desde toda eternidade, Deus decretou justificar a todos os eleitos.11 Vindo a plenitude do tempo, Cristo morreu pelos pecados e ressuscitou para a justificação deles.12 Entretanto, os eleitos não são justificados individualmente enquanto o Espírito Santo não lhes aplica, em tempo oportuno, a pessoa de Cristo e os benefícios de sua obra.13

11 Gálatas 3:8; I Pedro 1:2; I Timóteo 2:6.12 Romanos 4:25.13 Colossenses 1:21-22; Tito 3:4-7.

5. Deus continua a perdoar os pecados daqueles que são justificados.14 Embora jamais possam decair do estado de justificação,15 eles, no entanto, podem incorrer no desagrado paternal de Deus,16 por causa de seus pecados. E, nesse estado, eles geralmente não podem desfrutar da luz da presença de Deus, até que se humilhem, confessem o seu pecado, peçam perdão e renovem a sua fé e arrependimento.17

14 Mateus 6:12; I João 1:7,9.15 João 10:28.16 Salmo 89:31-33.17 Salmo 32:5; Salmo 51:1-19; Mateus 26:75.

6. A justificação dos crentes, no Antigo Testamento, em todos estes aspectos, foi igual à justificação dos crentes no Novo Testamento.18

18 Gálatas 3:9; Romanos 4:22-24.

 

CAPÍTULO 14  A FÉ SALVADORA

1. A graça de fé é uma obra do Espírito de Cristo nos corações,1 e por ela os eleitos são habilitados a crer para a salvação de suas almas. Normalmente essa obra é lavrada pelo ministério da Palavra de Deus.2 E com a Palavra, a administração do Batismo, a Ceia do Senhor, a oração, e outros meios designados por Deus, a fé é aumentada e fortalecida.3

1 II Coríntios 4:13; Efésios 2:8.2 Romanos 10:14,17.3 Lucas 17:5; I Pedro 2:2; Atos 20:32.

2. Por esta fé o cristão crê ser verdadeiro tudo quanto é revelado na Palavra,4 a qual se reveste da autoridade do próprio Deus. E também reconhece a sobreexcelência da Palavra, acima de todos os escritos e todas as demais coisas neste mundo5 – por ela demonstrar a glória de Deus nos atributos de Deus; a excelência de Cristo na natureza e nos ofícios de Cristo; o poder e a plenitude do Espírito Santo nas obras e operações do Espírito. Reconhecendo tudo isso, o cristão é capacitado a confiar sua alma irrestritamente à verdade assim crida;6 e a reagir coerentemente, segundo a índole de cada passagem em particular: prestando obediência aos mandamentos;7 tremendo ante as ameaças;8 e abraçando as promessas de Deus para esta vida e a que há de ser.9

Mas os atos mais importantes da fé salvadora relacionam-se diretamente a Cristo: aceitar a Cristo, recebê-lo, e confiar exclusivamente nEle para a justificação, a santificação e a vida eterna, conforme as disposições do pacto da graça.10

4 Atos 24:14.5 Salmo 19:7-10; Salmo 119:72.6 II Timóteo 1:12.7 João 15:14.8 Isaías 66:2.9 Hebreus 11:13.10 João 1:12; Atos 16:31; Gálatas 2:20; Atos 15:11.

3. Esta fé pode ter graduações diferentes, ser mais forte ou mais fraca.11 No entanto, assim como as demais graças salvadoras, e mesmo se for pequeníssima, ela é de um tipo e de uma natureza diferentes daquela fé e da graça comum que os seguidores professos possuem.12 Por isso, mesmo que seja muitas vezes atacada e enfraquecida, a fé salvadora sempre alcança a vitória.13 Ela existe em muitas pessoas, crescendo para a plena certeza da esperança,14 mediante Cristo, que é o autor e também o consumador da nossa fé.15

11 Hebreus 5:13-14; Mateus 6:30; Romanos 4:19-20.12 II Pedro 1:1.13 Efésios 6:16; I João 5:4-5.14 Hebreus 6:11-12; Colossenses 2:2.15 Hebreus 12:2.

 

CAPÍTULO 17  A PERSEVERANÇA DOS SANTOS

1.Os que Deus aceitou no Amado, aqueles que foram chamados eficazmente e santificados por seu Espírito, e receberam a fé preciosa (que é dos seus eleitos), esses não podem decair totalmente nem definitivamente do estado de graça. Antes, hão de perseverar até o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuamente gera e nutre neles a fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade.1 Ainda que muitas tormentas e dilúvios se levantem e se dêem contra eles, jamais poderão desarraigá-los da pedra fundamental em que estão firmados, pela fé.

Não obstante, a visão perceptível da luz e do amor de Deus pode, para eles, cobrir-se de nuvens e ficar obscurecida,2 por algum tempo, por causa da incredulidade e das tentações de Satanás. Mesmo assim, Deus continua sendo o mesmo,3 e eles serão guardados pelo poder de Deus, com toda certeza, até a salvação final, quando entrarão no gozo da possessão que lhes foi comprada; pois eles estão gravados nas palmas das mãos de seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no Livro da Vida, desde toda eternidade.

1 João 10:28-29; Filipenses 1:6; II Timóteo 2:19; I João 2:19.2 Salmo 89:31-32; I Coríntios 11:32.3 Malaquias 3:6.

2. Esta perseverança não depende de um livre-arbítrio da parte dos santos; mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto da eleição,4 fluindo do amor gratuito e inalterável de Deus Pai, sobre a eficácia do mérito e da intercessão de Jesus Cristo; da união com Ele;5 do juramento de Deus;6 da habitação de seu Espírito e da semente de Deus dentro neles;7 da natureza do pacto da graça.8 De tudo isso decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.

4 Romanos 8:30; Romanos 9:11,16.5 Romanos 5:9-10; João 14:19.6 Hebreus 6:17-18.7 I João 3:9.8 Jeremias 32:40.

3. Levados pela tentação de Satanás e do mundo, pela prevalência da corrupção que ainda permanece dentro deles, ou pela negligência aos meios para a sua própria preservação, os santos podem incorrer em tristes pecados, e continuar em tais pecados, por algum tempo.9

Desse modo, eles caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Santo Espírito;10 vêem-se privados de bênçãos e confortos;11 têm os seus corações endurecidos e ferida a consciência;12 ofendem e escandalizam outras pessoas; e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus, ainda neste mundo.13

Não obstante, eles renovarão o seu arrependimento, e serão preservados através da fé em Cristo Jesus, até o fim.14

9 Mateus 26:70,72,74.10 Isaías 64:5,9; Efésios 4:30.11 Salmo 51:10,12.12 Salmo 32:3-4.13 II Samuel 12:14.14 Lucas 22:32,61-62.

 

CAPÍTULO 18  A GRAÇA E A SALVAÇÃO

1. Os seguidores professos, e outras pessoas não-regeneradas, em vão podem enganar a si mesmos com falsas esperanças e presunções carnais, supondo gozar do favor de Deus e estar em um estado de salvação, pois essa esperança deles perecerá. 1

Porém, os que realmente crêem no Senhor Jesus, e o amam sinceramente, procurando andar perante Ele em toda boa consciência, esses podem estar certos de que estão em um estado de graça nesta vida, e podem regozijar-se na esperança da glória de Deus,2 de cuja esperança jamais se envergonharão.3

1 Jó 8:13-14; Mateus 7:22-23.2 I João 2:3; I João 3:14,18-19,21,24; I João 5:13.3 Romanos 5:2,5.

2. Esta certeza não é uma mera persuasão teórica e presumível, baseada em uma esperança que pode falhar. Ela é uma certeza infalível de fé,4 alicerçada no sangue e na retidão de Cristo revelados no evangelho,5 bem como na evidência interior de certas graças do Espírito Santo, as quais recebem promessas de Deus.6 Baseia-se, igualmente, no testemunho do Espírito de adoção, que testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.7

E esta certeza nos guarda, mantendo o nosso coração humilde e santo.8

4 Hebreus 6:11,19.5 Hebreus 6:17-18.6 II Pedro 1:4-5,10-11.7 Romanos 8:15-16.8 I João 3:1-3.

3. Esta certeza infalível de salvação não é uma parte essencial da fé cristã, pois um crente pode esperar muito tempo, e lutar contra muitas dificuldades, antes de alcançá-la.9

Contudo, não é necessária uma revelação especial para que o crente possa ter essa certeza. Sendo habilitado pelo Espírito Santo a conhecer as coisas que lhe são dadas gratuitamente, por Deus, o crente pode obtê-la através do uso correto dos meios apontados por Deus.10

Portanto, todo cristão tem o dever de procurar confirmar a sua vocação e eleição, com toda diligência, para que seu coração possa dilatar-se, em paz e alegria no Espírito Santo, em amor e gratidão a Deus, em vigor e ânimo para os deveres de obediência. Tais são os frutos naturais dessa certeza,11 a qual está longe de inclinar os homens para o relaxamento. 12

9 Isaías 50:10; Salmo 88:1-18; Salmo 77:1-12.10 I João 4:13; Hebreus 6:11-12.11 Romanos 5:1-2,5; Romanos 14:17; Salmo 119:32.12 Romanos 6:1-2; Tito 2:11-12,14.

4. Os crentes verdadeiros podem ter a sua certeza de salvação abalada, diminuída ou interrompida, de diversas maneiras: por negligência na preservação dessa certeza13; por caírem em algum pecado específico, que fere a consciência e entristece o Espírito;14 por uma tentação súbita ou veemente;15 por Deus retirar de sobre eles a luz da sua presença, permitindo que mesmo os que O temem caminhem em trevas, que não tenham luz.16 Contudo, eles jamais ficam destituídos da divina semente17 e da vida de fé,18 do amor de Cristo e dos irmãos, da sinceridade de coração e da consciência do dever. É a partir dessas graças, por obra do Espírito, que a certeza da salvação pode ser revivificada, no devido tempo;19 e, mediante elas, os crentes são preservados de um total desespero.20

13 Cantares de Salomão 5:2-3,6.14 Salmo 51:8,12,14.15 Salmo 116:11; Salmo 77:7-8; Salmo 31:22.16 Salmo 30:7.17 I João 3:9.18 Lucas 22:32.19 Salmo 42:5,11. 20 Lamentações 3:26-31.


Um grande abraço na paz do Senhor Jesus!

Aldrain Lima