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A santa inquisição?

A santa inquisição?

                                                                              A  santa inquisição 

                                                   

                                   

 

 “Com todas as minhas forças eu perseguirei e farei guerra contra todos os heréticos, cismáticos e aqueles que se rebelam contra o nosso senhor (o papa) e todos os seus sucessores... Que Deus e os santos evangelhos de Deus me ajudem” ( Pontificale Roamnum Summorum Pontificum. Belgium. Mechlim, pág. 133 ).

 

“Embora os hereges não devam ser tolerados porque é o que merecem, devemos ser paciente com eles até que, advertidos uma segunda vez, eles sejam trazidos de volta a fé da igreja. Mas aqueles que, depois de uma segunda advertência, permanecem obstinados em seus erros, não devem apenas ser excomungados, mas devem ser entreguem ao poder secular para que sejam exterminados”( Summa Theologica, vol. IV, pág. 90 )

 

“No que se refere aos hereges, a heresia é um pecado, pelo que merecem não apenas ficarem separados da igreja através da excomunhão, mas também separados do mundo pela morte” ( Summa Theologica, vol. II pág. 154 ).

 

“Se os falsários e outros criminosos são justamente condenados à morte com presteza pelas autoridades seculares, muito mais os hereges, depois de condenados por heresia, devem ser não apenas imediatamente excomungados, mas certamente executados”. ( Summa Theologica, vol. II Q. 2, art. 3 ).

 

“A igreja católica tem o direito e o dever de matar os hereges porque a heresia tem de ser extirpada pelo fogo e pela espada... pois o mais alto bem da igreja é a fé, e esta não pode ser preservada se os hereges não forem condenado à morte”.(Institution of Public Ecclesiastical Law, Dr. Marianus de Luca, S.J. professor de lei canônica da universidade de Roma. Apoiado pelo Papa João XIII, 1901). 

 

 

 

       Inquisição vem do latim: Inquisitio, é um termo que deriva do ato judicial de inquirir, o que se traduz e significa perguntar, averiguar, ameaçar, extorquir, abusar, chocar, ferir emocional e fisicamente, causar medo, apavorar, etc.

No contexto histórico europeu, conforme alguns entendimentos filosóficos atuais, a Inquisição foi uma operação oficial conduzida pela Igreja Católica a fim de apurar e punir pessoas por heresia.


         Um mapa mostrou que a Alemanha registrou o maior número de "bruxos" e "bruxas" mortos por tribunais civis no começo do século 15. Foram cerca de 25 mil pessoas, a população do território contava então com 16 milhões de pessoas.

Mas, em termos proporcionais, o recorde pertence a Lichtenstein, onde 300 pessoas, ou 10 por cento dos 3.000 habitantes da região, foram mortas por bruxaria. Quem discordasse em qualquer assunto com eles (os inquisidores) seria mais um bruxo.

Papa Bento XII, Jacques Fournier (1280-1342)

Foi Papa de 22 de Dezembro de 1334 até à data da sua morte. Era monge Cistercienses, foi eleito cardeal devido às suas lutas contra contra as “heresias”. É autor da Bula Benedictus Deus, 1336. Bento XII é seu nome um dos papas de Avinhão, onde está enterrado.

Em 1318, surge a figura sombria do padre Jacques Fournier, que fora bem educado na Universidade de Paris, onde recebeu doutorado em teologia, mas que, nem por isso, teria qualquer compaixão com quem interpretasse o catolicismo diferente dele.

Fournier acabou descobrindo que Montaillon estava literalmente seduzida pelo pensamento Kátaro e lá reabriu a Inquisição. Intimou homens e mulheres aos interrogatórios cruéis. Os escribas anotavam, com rigor, todos os depoimentos dos aldeões. A vida das pessoas era invadida sem qualquer escrúpulo. Beatrice, amante do padre Pierre, ficou presa, só a base de pão e água, na Torre da aldeia.

E note-se que entre os Inquisidores de seu tempo, Fournier foi considerado um dos mais complacentes, pois somente queimou cinco “hereges.” Em 1327, esse inquisidor se tornou Cardeal e, sete anos depois, foi eleito Papa, tomando o nome de Bento XII. Sua obra maior: o suntuoso Grand Palais.

Uma das vítimas de Fournier fora um judeu viajante por nome Baruch, preso durante a noite sob os berros dos inquisidores: “sejam batizados, ou mataremos imediatamente”.

Claro, ele preferiu o batismo. Esse judeu, inteligente e culto,  fascinara Fournier, com ele debatendo durante alguns meses e tudo fazendo para torná-lo católico romano, mas o velho judeu preferiu permanecer como pensava. Fournier, então, deu o ultimato. Converter-se, ou morrer, uma terrível palavra de ordem que atravessou os séculos.

Em 1376,  o Inquisidor  Nicolau Eymerich, formulou o "Directorium Inquisitorum", que era o Manual dos Inquisidores, onde constavam regras inenarráveis sob o ponto de vista de crueldade. O Manual informava ao Inquisidor 50 artimanhas de que se valia os torturadores para provocar confições dos inquiridos.

De lá vieram inspirações as mais torturantes: "És capaz de lembrar da tua confissão ontem, ou anteontem, sob tortura? Então, agora, repete tudo com total liberdade". E a resposta era anotada. Se o acusado não ratificasse a afirmação, era submetido a novas sessões de tortura. As "bruxas", isto é, mulheres que não apresentavam boa aparência, eram costumeiramente acusadas por todos os males que açoitavam a Europa.

Em 1394, os padres já exigiam a conversão dos judeus. No século XV,  a comunidade judaica vivia em guetos. Quando “convertidos”, passavam a incomodar os católicos com seus prósperos negócios. Não havia quem entre os “Judeus convertidos (marranos)” que não fosse tomado de medo, pois temia sofrer qualquer tipo de discriminação e violência.

 

João Capistrano  ( 1386-1456 )  Papa Gregório XII

 João Capistrano foi canonizado em 1724, foi um dos mais severos e sanguinários Inquisidores da Igreja Católica. Fez queimar nas fogueiras, entre centenas, ou até milhares de inocentes, a João Huss, Sacerdote e Reitor da Universidade de Praga. Em 1411 Huss foi excomungado por ele. Compareceu a um Concílio (em Constança) munido de um "salvo-conduto" do Imperador Sigismundo, do Sacro Império, para fazer sua defesa oral. Foi traído pelos padres, preso, encarcerado, julgado como herege e queimado na fogueira.

Submetido também ao terror da Inquisição da Igreja Católica foi Jerônimo de Praga 1379-1416, reformador religioso da Boêmia, por fazer críticas às escorchantes indulgências e à autoridade dos Papas. Em janeiro de 1410, fez pronunciamentos em favor das filosofias de Wyclif, o que foi citado contra si no concílio de Constança, quatro anos mais tarde. Em março de 1410, foi editada uma bula papal contra os escritos de Wyclif, o que causou a prisão de Jerônimo em Viena e sua excomunhão da Igreja pelo bispo de Cracóvia. Conseguindo escapar, voltou a Praga, passando a defender publicamente as teses de reforma da Igreja pregadas por John Huss, que por sua vez reforçavam muitas das teses de John Wyclif. Jerônimo de Praga foi preso e João Capistrano ordenou que fosse queimado nas fogueiras do "Santo Ofício".

Aniquilou o grupo dos Fratricelos (que pregavam a pobreza e a humildade nos moldes dos ensinamentos de Jesus), em Ancona, Florença e Toscana, entregando milhares desses inocentes ao braço secular, que obrigatoriamente os assassinava nas fogueiras.

Arrancou de Joana II, Rainha de Nápoles, em 1427, um decreto para "inquirir" os judeus do reino, expropriando-lhes os bens e condenando-os à morte, quase sempre nas fogueiras, também tinha a inquisição centenas de meios para punir os descendentes daqueles que pregaram Jesus numa cruz (Judeus).

 

Pedro de Arbués (c. 14411484 )

 Pedro Arbués de Epila foi Inquisidor em Saragoça. Exercia com tanto rigor e ódio o seu ministério de eliminador de inocentes, que o povo revoltado por suas crueldades, o assassinou no momento em que rezava na catedral da cidade.

O calvário de uma judia. A acusada fora denunciada por sete testemunhas. Era considerada uma infiel ( pois era Judia, muitos Judeus foram torturados para tornarem-se católicos ) e por isso, o inquisidor determinou sua tortura, que era admitida como forma de obter confissão, desde que prevista pelo Manual da Inquisição. Assim sendo, Cinta Cacavi foi para mesa de estiramento, teve as costas ferida e os pés queimados com brasas,  tendo os inquisidores o cuidado de cobrir o crucifixo para “não assistir” (ou “não ouvir”) os gritos de dor da sentenciada. A tortura foi tão cruel que a Corte acabou ouvindo o que queria: “sou cristã”! Mesmo depois de sua confissão, seu marido que era de família católica foi morto na fogueira.

O clima de denuncismo imperava, com parentes e vizinhos se acusando uns aos outros. Quando o fogo era aceso, tinha que arder até que os judeus presentes estivessem todos mortos e não existisse mais ninguém atacado pela “lepra da heresia”. Assim era o pensamento inquisitorial dominante.

Em 1485, o inquisidor Pedro Arbués morreu assassinado, justamente ele que fora declarado santo quatro séculos depois. Pelo assassinato Arbués, depois de buscas e inquéritos implacáveis,  mais de sessenta acusados foram condenados e atirados à fogueira.

 

Roderigo Gil de Borja i Borja (1431-1503)

Alexandre VI, foi papa de 10 de Agosto 1492 até a data da sua morte. Quando chegou à Itália, Rodrigo Bórgia foi elevado ao poder no Vaticano com a eleição do seu tio materno, Afonso Bórgia, o Papa Calisto III. Com a nomeação do tio para o papado, foi sucessivamente elevado a cargos religiosos: bispo, cardeal (aos 25 anos) e vice-chanceler da Igreja. Serviu à Cúria romana durante cinco pontificados, adquirindo experiência administrativa, influência e riqueza, mas não grande poder. A partir de 1470 ligou-se a Giovanna (Vanozza) Catanei, de quem nasceram seus filhos bastardos; teve ainda por amante Giulia Farnese, mulher casada.Segundo rumores, Rodrigo Bórgia usou sua fortuna para comprar a maior parte dos votos dos cardeais quando se realizou o conclave para definir a sucessão do papa Inocêncio VIII. Pois em 25 de julho de 1492, morreu o Papa Inocêncio VIII. O papado está vago, e o principal candidato ao cargo é o próprio Roderigo Bórgia. Em 10 de agosto, em uma conferência na Capela Sistina, Roderigo oferece 15.000 ducados, feudos, e cargos clericais para quem votasse nele.

A decisão era tomada pelos membros do Sacro Colégio, estes eram: Roderigo Bórgia, Oliviero Caraffa, Giuliano Della Rovere, Battista Zeno, Giovanni Michieli, Giorgio Costa, Girolamo della Rovere, Paolo Fregosi, Domenico della Rovere, Giovanni dei Conti, Giovanni Giacomo Sclafetani, Lorenzo Cibo, Ardicino della Porta, Antoniotto Pallavicino, Maffeo Gerardo, Francesco Piccolomini, Raffaele Riario, Giovanni Battista Savelli, Giovanni Colonna, Giovanni Orsini, Ascanio Maria Sforza, Giovanni de'Medici, e Francesco Sanseverino.

Apenas estes poderiam candidatar-se ao papado. Concorrendo com Roderigo, estavam: cardeal Oliviero Caraffa, cardeal Giorgio Costa, e Giuliano Della Rovere. Mas apenas o último, poderia fazer o cardeal Bórgia perder. Della Rovere tinha o apoio do rei da França, Luis XII, quem havia oferecido 200.000 pela eleição de seu favorito. Porém, as promessas de Roderigo de feudos e cargos superou a diferença de 185.000 ducados, e já na manhã de 11 de agosto Roderigo Bórgia fez-se aclamar Papa Alexandre VI. Sua eleição foi unânime.

Alexandre VI foi, sem dúvida, um papa corrupto, pouco dado às virtudes cristãs. Teve pelo menos sete filhos, entre os quais César e Lucrécia Bórgia. Lucrécia Bórgia, filha do Papa, com uma beleza exuberante dançava alegremente para os cardeais, foi acusada de ser "filha, esposa e nora" de seu pai pelo satírico Filofila.

O satirista Filofila, protegido secretamente pelos Orsini, difamava Lucrécia e sua família por Roma. Toda noite, um novo cartaz sobre a família papal aparecia nas ruas. Filofila cantava sobre as orgias no Vaticano, dizia que o papa tinha "vinte filhos naturais" - o que não deixava de ser verdade. Que Alexandre, além de financiar a campanha de seu filho César com o dinheiro das simonias (isso é verdade!), tinha ordenado que sua filha Lucrécia se deitasse com os cardeais, para no dia seguinte poder envenená-los com um pozinho branco, escondido em um compartimento de seu anel; "a mulher Bórgia é até uma pessoinha bem culta", dizia Filofila, "sua cultura foi muito bem aprendida quando ela se deitava com os poetas que cantam sobre sua beleza!". Dizia Filofila, "a filha do papa adora copular. Pode ser com seu irmão, pai, poeta... ". Ele falava que César tinha transformado "um irmão em corno e outro em cadáver". "Assassinato é sua violência mais sutil e estupro é seu prazer mais necessário". Com detalhes, Filofila descrevia a suposta relação incestuosa de César e Lucrécia. Mas para a infelicidade do sátiro, certo dia seus restos apareceram mutilados na porta do castelo de Orsini. Sobre o caso, César apenas comentou que "Roma havia se acostumado a escrever e falar o que quisesse, mas eu ensinarei a todo o povo a perder o mau costume".

O papado de Alexandre VI começou tranquilo, mas não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Nomeou Cardeal o seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, e seus sobrinhos Francisco Borgia e Juan Lanzol de Bórgia de Romaní, o maior, um primo deste último Juan Castellar y de Borgia, os seus sobrinhos-neto Juan Lanzol de Bórgia de Romaní, o menor, Pedro Luís de Borgia Lanzol de Romaní e Francisco Lloris y de Borgia e o cunhado do seu filho César, Amanieu d'Albret. [César Bórgia seria posteriormente retratado por Maquiavel em sua obra O príncipe como o ideal do político e governante pragmático].

Em 1494 sofreu tentativa de deposição (por causa de simonia e corrupção) da parte de prelados à frente dos quais aparecia o cardeal Della Rovere, futuro Papa Júlio II. Resistiu, mas continuou a praticar atos imorais, apesar da condenação que lhe dirigiam. Desde o início do Pontificado de Roderigo Bórgia, um padre Dominicano muito incomodava a sua instabilidade: Certo padre chamado Girolamo Savonarola, bom pregador o suficiente para fazer o povo de Florença - governados pela fraca família dos Médici - a revoltar-se contra sua santidade. Savonarola condenava o santo padre por sua lascividade, e a seus filhos por gastarem o dinheiro da Igreja com campanhas de guerra. Além de acusar Giulia Farnese de pretensiosa, por almejar ser "a esposa de Cristo". Sua profecia concretizada da invasão de Carlos VIII à Nápoles, apesar desta parecer bastante obvia, fez os Florentinos idolatra-lo como um santo, e Savonarola tornou-se ali um ditador, já que a família dominante não tinha pulso o suficiente para detê-lo. E assim permaneceu de 1494 a 1497.

Preocupado com os avanços de Savonarola, o Papa Bórgia proibiu-o de pregar (1495) e logo o excomungou (1497). Como Savonarola não soube manter seus aliados, pois em sua ditadura absolutista não havia lugar para ninguém mais se sobressair além dele mesmo, o Papa logo encontrou pessoas dispostas a ajuda-lo a o destruir. E assim foi. Em 1498 a voz de Girolamo Savonarola foi finalmente calada, com seu enforcamento e seu corpo queimado e reduzido às cinzas.

Em 1501, o papa passou algumas semanas em Nápoles, recém conquistada pelos Franceses. O mais convencional, seria deixar um cardeal de confiança do papa em sua ausência para tomar as rédeas do Vaticano.

Mas Alexandre VI escandalizou a Europa com uma escolha inédita: durante sua viagem, a papisa seria sua filha Lucrécia Bórgia. O ato totalmente inédito na história do papado provocou uma grande fúria explicável no renomado Colégio dos Cardeais.

Alexandre VI morreu subitamente, suspeitando-se que tenha sido envenenado por arsênico, adicionado à sua comida em um banquete - o que provocou o enegrecimento do cadáver e o inchaço do mesmo, já dentro do caixão, levando a que alguns assistentes tenham inserido o corpo num caixão maior. Seu funeral foi breve e sem grandes comemorações, tendo sido sepultado com a seguinte epígrafe em seu túmulo na Espanha: Aqui Jaz Alexandre VI, que foi papa.

 

                  Giovanni di Lorenzo de Medici, Papa Leão X. Assumira o seu pontificado totalmente seduzido pelos prazeres do mundo. “Uma vez que Deus nos conferiu o nosso pontificado, vamos aproveitá-lo”, disse ele sem qualquer escrúpulo. Leão X (1513-1521) dedicava seu tempo às artes, às festas, à caça e ao teatro. Sua corte era abastecida por banquetes regados às melhores bebidas finas. As delícias do mundo anestesiavam incontrolavelmente o poder daquele Pontífice.

Uma única preocupação marcaria seu reinado: a reforma da Catedral de São Pedro, o projeto mais ambicioso de Leão X, que levaria a Igreja ao fundo do poço. Para resolver a situação financeira difícil que criou, Leão X passou a vender indulgências (perdão comprado pelos católicos medievais, que ficavam isentos das penas temporais por pecados cometidos contra Deus). A única providência desse Papa contra Lutero foi simplesmente excomungá-lo, em 1521.  Nesse tempo papas, cardeais e bispos viviam cercados de luxo, mais preocupados em questões políticas e financeiras do que nos verdadeiros valores espirituais.

Mas toda a devassidão moral que imperava na Corte papal não era compartilhada pelo então bispo Giovanni Pietro Caraffa, que fora embaixador do Vaticano na Espanha, onde observou a eficiência da Inquisição contra dissidentes. E passou,  em Roma, a sonhar com a mesma coisa. Assim sendo, Caraffa passou a liderar um grupo de monges que se voltaria contra Lutero e os inimigos da então mais poderosa Religião da Terra.

 Giovanni ou Gian Pietro Caraffa, papa Paulo IV  (1476 - 1559)

Foi nomeado cardeal em 1536 e, após o curtíssimo pontificado de Marcelo II, foi eleito papa em 23 de maio de.

Em 1529, a cidade de Veneza já estaria contaminada pela disseminação dos ensinamentos protestante.

O padre Baldo Lupertino (1492-1556), que era franciscano, também  já demonstrava ideias independentes, que se harmonizavam com os ideais de Lutero,  dizendo que “o Papa era apenas o pastor de sua própria Igreja. Acredito na verdade contida nas Escrituras, mas não na autoridade do Papa, que é um ser humano como outro qualquer.”

         Baldo Lupertino liderava a conspiração das ideias. Pregava para o público com independência, a reforma, afirmando que ninguém precisava do clero para falar com Deus, pois dizia que esse contato deve ser direto. Sobre o sacramento da confissão, dizia: “somente Deus perdoa e sem uma confissão sincera e arrependida  a Ele, nenhuma confissão será válida, nem ao Papa.”

Por isso, esse prelado dissidente tornou-se o alvo da vingança do ainda então bispo Caraffa. Por sua vez, outro reduto dos considerados hereges era a Universidade de Pádua, próximo a Veneza, famosa pela liberdade das idéias e por seu primor acadêmico.

Não demorou muito e um participante da comunidade denunciou Lupertino em Roma. Nessa altura Caraffa já era Cardeal, com grande prestígio no Vaticano. Valendo-se dessa condição, fez a cabeça do Papa Paulo III, dizendo que era necessário exterminar a heresia protestante que crescia incontrolavelmente. E seu remédio para salvar Roma e a Península itálica não era outra: a Inquisição.

E assim aconteceu com a construção de câmaras de interrogatório e celas de prisão próprias dos processo inquisitorial. Nem mesmo o pai de Caraffa seria poupado, caso dele discordasse na fé: “se ele se tornasse um herege, eu armaria a fogueira para dizimá-lo”, dizia, sem escrúpulo, o impiedoso Cardeal. E a Inquisição tomava conta da Península.

Em Veneza, Lupertino seria  a primeira vítima do Cardeal Caraffa. Preso, foi levado ao Tribunal da Inquisição, em 1542, onde manteve os ideais que o fizeram réu. O enviado do Papa queria a execução exemplar do acusado, amarrando-o na Praça de San Marco e queimando-o para que suas cinzas fossem atiradas ao mar “pela honra e glória do Cristo”. Mas, para não ensejar repercussão nos negócios da cidade, preferiu-se o aprisionamento de Lupertino por tempo indeterminado.  Ele permaneceu no cárcere por quatorze anos, até que o papa Paulo IV -  nome que o Cardeal Caraffa assumiu ao ser eleito pontífice – requereu a execução pública do prelado. O que foi vetado pelas autoridades de Veneza, e, em consequência, o padre acabou sendo atirado ao mar, às escondidas, na calada da noite, com uma pedra amarrada ao pescoço. Baldo Lupertino ocupa seu lugar entre os mártires cristãos.

Segundo confessou Caraffa: “nem seu pai escaparia da fogueira, caso fosse herege”.

Em 1555, o Inquisidor cardeal Caraffa é como dito acima,  proclamado Papa, com o nome de Paulo IV. A Universidade de Pádua logo entrou na mira ensandecida do Pontífice, que determinou a expulsão de todos os hereges.

Um estudante de Direito, de apenas 24 anos de idade de nome Pomponio Argelino, tornou-se também uma vítima, que bem ilustra essa investida maléfica.  Intimado, o estudante compareceu ao Tribunal, onde manifestou em sua defesa o direito de expressar livremente suas ideias,  enquanto estudante universitário de Pádua. “A Igreja se desvia da Verdade”, acusou ele, recusando-se a abjurar. Foi condenado à prisão, dela Pomponio envia as escondidas cartas a seus amigos, algumas declarações desse jovem: “Aos meus amados irmãos servos de Cristo lhes digo: tenho encontrado conssolo em uma cova escura, paz e esperança num lugar de morte e amargura. ...está escrito: se nos acusam em nome de Cristo seremos benditos...” no dia 22/08/ 1556 ele foi executado publicamente na Piazza Navona, mergulhado num barril de azeite fervendo, piche e água, onde sobreviveu por quinze minutos sob sofrimento atroz. Demonstrou tanta firmesa em sua fé que todo povo presente o olhavam espantado.

    Torquemada, o Grande Inquisidor (1420-1498 )

Na segunda metade do século XV, a Península Ibérica tinha mais “judeus convertidos” do que qualquer outra região do mundo. Ocupada durante séculos pelos muçulmanos, que concediam aos judeus liberdade de culto, a Península Ibérica tornou-se um refúgio ideal e palco de uma intensa troca civilizatória entre elementos das culturas cristã, muçulmana e judaica.

          Entre os frutos desse intercâmbio, destaca-se a Astrologia, quase desaparecida da Europa durante alguns séculos e que retorna ao continente exatamente pela via do contato com o mundo islâmico, na região do Mediterrâneo.

         Com a progressiva unificação da Espanha (resultado da união dos reinos de Leão e Castela e, mais tarde, destes com Aragão) os muçulmanos e os judeus foram aos poucos empurrados para o sul, obrigados a migrar para o Marrocos ou a fazer uma conversão forçada ao cristianismo. Tal conversão era sempre vista com desconfiança, já que, motivada pela perseguição religiosa, era apenas aparente: na intimidade de seus lares, muitos judeus continuavam em segredo a praticar os seus antigos cultos.

         Com o casamento de Fernando, rei de Aragão (a atual Catalunha, ou seja, a região de Barcelona) com Isabel de Castela (a região de Madri), os dois reinos se uniram e a Espanha moderna começou a tomar forma. Torquemada, na época (1478), era frade dominicano e confessor de Isabel, função que exercia desde 1474. Poucos anos depois ele se transformaria na figura mais importante da Inquisição Espanhola. Torquemada explorava a desconfiança popular com relação aos judeus convertidos e difundia a suposta necessidade de que o país contasse apenas com sangre limpo, ou seja, sangue puramente cristão. Na prática, era uma ficção, pois, como a Espanha tinha a maior comunidade judaica da Europa medieval e como eram comuns os casamentos inter-étnicos e as conversões religiosas, pouquíssima gente na Espanha tinha sangue realmente puro.

         O próprio Torquemada era neto de marranos (judeus convertidos), fato que ele escondia cuidadosamente.

Mas Torquemada não se deixou abater por este detalhe: decidido a purificar o país, desenvolveu um trabalho metódico, frio e impiedoso de perseguição aos marranos que resultou na morte de - segundo algumas fontes - trinta mil vítimas.

         O objetivo formal da Inquisição era a erradicação da heresia, o que, para Torquemada, era sinônimo de eliminação dos marranos. Para estimular as delações, a Inquisição chegou a publicar um conjunto de orientações que ensinava aos católicos como vigiar seus vizinhos e reconhecer possíveis traços de judaísmo. Eis alguns dos sintomas reveladores:

         - Se você observar que seus vizinhos estão vestindo roupas limpas e coloridas no sábado, eles são judeus.

         - Se eles limpam suas casas na sexta-feira e acendem velas bem mais cedo do que o normal naquela noite, eles são judeus.

         - Se eles comem pão ázimo e iniciam sua refeição com aipo e alface durante a Semana Santa, eles são judeus.

         - Se eles recitam suas preces diante de um muro, inclinando-se para frente e para trás, eles são judeus.

         A pena mais leve imposta aos marranos era o confisco de seus bens, técnica que se mostrou muito eficiente como forma de arrecadar recursos para a guerra contra os mouros. Os reis católicos, Isabel e   Fernando, precisavam de receitas, e a perseguição movida aos hereges por Torquemada era uma fonte de renda que interessava sobremaneira ao Estado. Apesar dos protestos do Papa Sixto IV, que jamais chancelou a limpeza étnica que tinha lugar na Espanha, Isabel e Fernando auto-intitulavam-se "protetores da Igreja" e defensores da fé, antecipando práticas que seriam depois amplamente utilizadas pelos regimes totalitários do século XX.

Os judeus que sofriam apenas o confisco podiam dar-se por satisfeitos. O mais comum era serem obrigados a desfilar pelas ruas vestidos apenas com um sambenito - traje humilhante, que definia sua condição de hereges - e flagelados na porta da igreja. A etapa seguinte era a morte na fogueira, durante os chamados autos-de-fé, após inomináveis torturas.

Torquemada, no afã de obter dos reis católicos a expulsão definitiva de todos os judeus, promoveu em 1490 um julgamento-espetáculo, onde as vítimas foram oito judeus acusados de praticar rituais satânicos de crucificação de crianças cristãs. Pressionados pelo clima de crescente intolerância, em 31 de março de 1492 Fernando e Isabel publicaram seu Edito de Expulsão: "Decidimos ordenar a todos os ditos judeus, homens e mulheres, que deixem nossos reinos e jamais retornem a eles." Foi concedido aos judeus que permanecessem até julho na Espanha. A partir daí, os que fossem encontrados seriam mortos.

         Após completar a expulsão dos judeus, Torquemada retirou-se para o monastério de São Tomás, em Ávila, onde passou seus últimos anos convencido de que desejavam envenená-lo, o que o levava a manter um chifre de unicórnio, considerado um antídoto eficaz, sempre perto de si.

         Dom Alfonso, um dos maiores juristas da península, humanista de vasta cultura e braço direito do rei Fernando de Aragão, é um "cristão-novo", um dos milhares de judeus convertidos ao catolicismo, também conhecidos como marranos na linguagem popular. Seu maior inimigo dentro da Espanha era ninguém menos que Tomás de Torquemada, o todo-poderoso inquisidor-geral e confessor particular da rainha Isabel de Castela, morto há três anos, em 1498. Não foi por acaso que dom Alfonso só alcançou a absolvição depois da morte de Torquemada. O inquisidor-mor conseguiu processar até um assessor importante do rei e talvez acabasse por levá-lo à fogueira. Fernando só impediu que dom Alfonso fosse encarcerado logo no início do processo.

Até a morte de Torquemada, mais de 2.000 pessoas foram queimadas vivas na Espanha sob sua ordem. O número é alto, já que só seguem para a fogueira aqueles que negam a confissão a seus torturadores. A imensa maioria deixa-se "reconciliar" com a Inquisição no decorrer do martírio.

Uns poucos, como dom Alfonso, escapam graças à sua posição social e, no caso, à providencial intervenção de Roma. São casos isolados. A regra é a perseguição generalizada, de um alcance tal que ainda haverá de se refletir em outros rincões da Europa cristã.                        

 

Modus Operandi

               
 
         Os inquisidores eram assim chamados porque aplicavam uma técnica judicial conhecida como Inquisitio, que pode ser traduzida como inquirir ou questionar. Essa forma de trabalhar em busca de informações a se obter juntamente aos condenados não é originária desse período. A humanidade através de seus líderes políticos, militares ou religiosos já se utilizava de expedientes semelhantes àqueles usados pelos inquisitores há muito tempo. Em todos os casos o que se buscava era a obtenção de informações confidenciais que não seriam obtidas junto aos inquiridos senão à custa do uso da força.

Essas informações confidenciais somente poderiam ser obtidas a partir do momento em que o inquisidor se mostrasse competente, determinado e forte o suficiente para literalmente tirar leite de pedra, ou seja, conseguir dados mesmo diante do mais resistente dos acusados. Para realizar seu intento o religioso da inquisição contava sempre com o apoio de outros clérigos preparados para a função e utilizava-se de instrumentos que causavam pânico, dor extrema, medo profundo e principalmente grande sofrimento. Em muitos casos esses interrogatórios acabavam de forma prematura em virtude da morte do inquirido.

A atuação dos inquisidores dependia da cooperação dos bispos e religiosos das localidades para as quais eram enviados. Ao proferir as penas as quais eram condenados os perseguidos, era comum que os inquisidores mencionassem como responsáveis pela sentença também os bispos da região onde teriam ocorrido os crimes.

A maior parte dos membros do Tribunal era oriunda da ordem dos Dominicanos e dos Franciscanos, considerados como os mais castos, educados e preparados para o desempenho dessas funções de "salvação das almas" dos hereges.

 A Roda de Despedaçamento

Este instrumento, a liturgia da morte era terrível. O réu era amarrado com as costas na parte externa da roda. Sob a roda, colocava-se brasas incandescentes. O carrasco, girando lentamente a roda, fazia com que o réu morresse praticamente "assado".

Em outros casos, como na roda em exposição, no lugar de brasas, colocava-se agulhões de madeira que o corpo, girando devagar e continuamente, era arranhado terrivelmente. Este suplício estava em voga na Inglaterra, Holanda e Alemanha, de 1100 a 1700. Estavam os inquisidores autorizados a cometer atrocidades e ainda tinham como prêmio a “vida eterna”. 

O desenvolvimento da relojoaria na Idade Média inspirou novos instrumentos a serviço da dor. A "pêra" era um aparelho com pequenos mecanismos e molas em seu interior. Ela era introduzida no reto ou na vagina da vítima e, com o uso de parafusos, os mecanismos de relojoaria eram acionados para expandir o volume do objeto, causando graves dilacerações.

Os pioneiros da Inquisição tiveram a preocupação de escrever livros que orientassem as práticas de seus sucessores. Detalhavam em seus manuais as formas mais eficientes para se obter a confissão dos pecados por parte dos hereges. O mais célebre desses livros foi escrito pelo dominicano Bernardo Gui (Guidones), que tinha uma experiência de mais de 25 anos na condução desse tipo de processos.

Gui era de família nobre, mas de ramos menos importantes dentro da nobiliarquia francesa. Nascido em 1261, juntou-se aos dominicanos em 1279, ainda no frescor de seus 18 anos. Teve boa educação, tendo passado por vários conventos do sul da França antes de tornar-se membro do Tribunal do Santo Ofício no ano de 1307.

Trabalhou como inquisidor até 1324, quando foi recompensado pelos bons serviços sendo promovido a bispo. Sua atuação na Inquisição registra um saldo de 930 processos.

Seu Manual do Inquisidor (cujo título oficial era "A conduta de Inquirir relativamente às depravações heréticas") foi escrito no final de sua carreira no Tribunal, provavelmente entre os anos de 1323 e 1324. O livro foi dividido em cinco partes. Nas três primeiras há uma apresentação dos procedimentos a serem tomados pelo inquisidor em sua prática; o quarto capítulo traz documentos que reiteram e afirmam o poder dos inquisidores (como bulas papais); e a quinta parte do manual apresenta alguns casos de heresia.

Cadeira de Inquisição

Instrumento essencial usado pelo Inquisidor, a cadeira era usada na Europa Central, especialmente em Nurembergue, onde é usada até 1846 durante regulares interrogatórios dos processos. O réu deveria sentar-se nu e com mínimo movimento, as agulhas penetravam no corpo provocando efeito terrível. Em outras versões, a cadeira apresentava o assento de ferro, que podia ser aquecido até ficar em brasas (era aquecido com uma fogueira por baixo). A agonia do metal pontiagudo perfurando a carne nua era intolerável; segundo registros, poucos acusados aguentavam mais de 15 minutos nessa cadeira, antes de confessar.

Uma delas foi encontrada no Castelo de San Leo, próximo a Rímini, na Itália. O Castelo era um cárcere do Papa até 1848 e nele morreu o célebre mago Caliostro, que com os seus poderes extraordinários conquistou todas as cortes reinantes da Europa. A cadeira tem 1606 pontas de madeira e 23 de ferro.

Esmaga Cabeça

Este instrumento, do qual se tem notícia já na Idade Média, parece que gozava de boa estima especialmente na Alemanha do Norte. O seu funcionamento é muito simples: o queixo da vítima era colocado sobre a barra inferior, depois a calota era abaixada por rosqueamento sobre sua cabeça. Primeiro despedaçavam-se os alvéolos dentais, depois as mandíbulas, quando advinha a saída da massa cerebral pela caixa craniana. Com o passar do tempo, este instrumento perde sua função de matar e assume aquela inquisitória, ou de tortura.

Em alguns países da América Latina, um instrumento muito similar a este é usado ainda hoje. A diferença é que a calota e a barra são protegidas por materiais macios, que evitam marcas visíveis na pele, mas fazem a vítima confessar após poucos giros da rosca.

Mesa de Evisceração

Sobre a mesa de evisceração, ou "esquartejamento manual", o condenado era colocado deitado, preso pelas juntas e eviscerado vivo pelo carrasco. A tortura era executada do seguinte modo: o carrasco abria o estômago com uma lâmina. Então prendia com pequenos ganchos as vísceras e, com uma roda, lentamente puxava os ganchos e as partes presas saíam do corpo até que, após muitas horas, chegasse a morte.

Pêndulo

A luxação ou deslocamento do ombro era um dos tantos suplícios preliminares a tortura propriamente ditas. Entre estas, o Pêndulo era o mais simples e eficaz. Era a tortura mais comum na Idade Média. Todos os tribunais ou castelos eram dotados do pêndulo. Em todos os impressos e quadros que reproduzem momentos de interrogatório nos locais secretos de inquisição dos tribunais pode-se notar o Pêndulo. A vitima era pendurada pelos braços a uma corda e levantado do chão.

 

 

A caça às bruxas

         As perseguições tiveram seu início de fato no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lúcio III. Em 1198, o Papa Inocêncio III já havia liderado uma cruzada contra os albigenses (sul da França), promovendo execuções em massa. Em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. Em 1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado Ad Exstirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os hereges. O Ad Exstirpanda foi renovado e reforçado por vários papas nos anos seguintes. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao cristianismo.

Os inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os hereges, eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa supostamente herege, recebiam uma parte de suas (dos  acusados) propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada.

Os inquisidores deveriam ter no mínimo 40 anos de idade. Sua autoridade era outorgada pelo Papa através de uma bula, que também podia incumbir o poder de nomear os inquisidores a um Cardeal representante, bem como a padres e frades franciscanos e dominicanos. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão em caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. Camponeses eram incentivados (ludibriados com a promessa de ascenderem ao reino divino ou através de recompensas financeiras) a cooperarem com os inquisidores. A caça às Bruxas tornou-se muito lucrativa.

Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento e execução era rápido, sem formalidades, sem direito à defesa. Ao réu, a única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica. Os direitos de liberdade e de livre escolha não eram respeitados. Os acusados eram feitos prisioneiros e, sob tortura, obrigados a confessarem sua condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente eram vítimas de estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a população. A vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada.

Numa época em que o poder religioso se confundia com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, ela julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado (que aplicava a "pena capital", como era comum na época) vários de seus inimigos chamados de hereges.

A bula Licet ad capiendos (1233), a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos inquisidores: Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis. A privação de benefícios espirituais era a não administração de sacramentes aos heréticos, que caso houvesse ripostação deveria ser chamada a intervir a autoridade não religiosa (casos de agressão verbal ou física). Se nem assim a pessoa queria arrepender-se era dada, conscientemente, como anátema (reconhecimento oficial da excomunhão): censuras eclesiásticas inapeláveis.

O uso da tortura era, de facto, bastante restrito e, aos poucos, foi sendo extinto dos processos inquisitoriais. Esta era apenas autorizada quando já houvesse meia-prova, ou quando houvesse testemunhas fidedignas do crime, ou então, quando o sujeito já apresentasse antecedentes como má fama, maus costumes ou tentativas de fuga. E ainda assim, conforme o Concílio de Viena, de 1311, obrigava-se os inquisidores a recorrerem à tortura apenas quando o bispo diocesano, junto de uma comissão julgadora, houvesse aprovado a mesma em cada caso em particular.

No entanto, e bem mais tarde, já em pleno século XV, os reis de Castela e Aragão, Isabel e Fernando, solicitam, e obtêm do Papa a autorização para a introdução de um Tribunal do Santo Ofício: a continuação da Inquisição. Tal instituição afigurava-se-lhes necessária para garantir a coesão num país em unificação (foi do casamento destes dois monarcas que resultou a Espanha) e que conquistara terras aos mouros muçulmanos na Península Ibérica e expulsara alguns dos judeus, por forma a obter unidade nacional que até ali nunca existira. A ação do Tribunal do Santo Ofício tratou de mais casos depois da conversão de alguns judeus e mouros que integravam o novo reino. Alguns judeus e mouros preferiram renegar as suas religiões, e abraçar o cristianismo, a abandonar a nova terra conquistada. A estes é dado o nome de "cristãos-novos": alguns esqueciam de facto a religião dos seus antepassados, outros continuavam a praticar secretamente a antiga religião. Eram frequentes os levantamentos populares e muitas denuncias por parte dos "cristãos velhos".

Sendo essencialmente um tribunal eclesiástico, desde cedo o reino, o poder régio se apossou do mesmo, por forma a prosseguir os seus particulares fins económicos, esquecendo o fundamental inquiridio aos réus por motivos religiosos. Tomado pelo poder régio, o Tribunal da Santa Inquisição, na Espanha, deu azo a uma persistente propaganda por parte dos inimigos da Espanha católica: ao sujeitar o poder da fé ao poder da lei, da coação, e da violência, a Inquisição espanhola tornou-se, no imaginário coletivo, uma das mais tenebrosas realizações da humanidade.

 

        Segundo Michael Baigent e Richard Leigh ao chegar a uma localidade, os Inquisidores proclamavam que todos seriam obrigados a assistir a uma missa especial, e ali ouvir o édito da Inquisição lido em público. No fim do sermão, o Inquisidor erguia um crucifixo e exigia-se que os presentes erguessem a mão direita e repetissem um juramento de apoio à Inquisição e seus servos. Após este procedimento lia-se o édito, que condenava várias heresias, além do Islã e o judaísmo, e mandavam que se apresentassem os culpados de "contaminação". Se confessassem dentro de um "período de graça" poderiam ser aceitos de volta à igreja sem penitência, porém teriam que denunciar outras pessoas culpadas que não tivessem se apresentado. Não bastava denunciar-se como herege para alcançar os benefícios do "édito", deveria denunciar os cúmplices. O ónus da justificação ficava com o acusado. Essa denúncia foi usada por muitos como vingança pessoal contra vizinhos e parentes, para eliminar rivais nos negócios ou no comércio.

         A fim de adiantarem-se a uma denúncia de outros, muitas pessoas prestavam falso testemunho contra si mesmas e denunciavam outras. Em Castela, na década de 1480, diz-se que mais 1500 vítimas foram queimadas na estaca em consequência de falso testemunho, muitas delas sem identificar a origem da acusação contra elas. Nas sessões de interrogatório os Inquisidores esforçavam-se para evitar o derramamento de sangue a que foram proibidos nas torturas. Idealizavam os métodos de modo a adequar-se às restrições prevalecentes. Reservava-se a pena de morte, aplicada pelo braço secular (o Estado) basicamente para os hereges não arrependidos, e para os que haviam recaído após conversão nominal ao catolicismo.

 

As Mulheres Penitentes Eram Ameaçadas Com a Inquisição se Não Fizessem Sexo Com o Sacerdote.

Os padres ameaçavam suas penitentes no confessionário que, a menos que fizessem sexo com eles, seriam entregues à Inquisição! Tão efetiva era essa ameaça que um sacerdote agonizante revelou em 1710 que por essas persuasões diabólicas elas estavam ao nosso comando, com medo de revelar o segredo. (pg 36, Master-Key to Popery, Padre Givens).

Visto que tão poucas pessoas hoje estudaram até mesmo os rudimentos de história, a maioria não sabe que a Inquisição foi real e verdadeira. A maioria das pessoas hoje não tem nenhuma ideia do barbarismo flagrante e da tortura infligida sobre os infelizes habitantes da Europa durante 1200 anos! A maioria das pessoas não tem nenhuma ideia sobre como a população inteira foi consumida pelo medo, pois batidas na porta de alguém no meio da noite significavam o começo imediato de uma morte torturante nas mãos dos inquisidores.

A acusação era equivalente à culpa.

Portanto, se um sacerdote ameaçasse uma mulher dizendo que ele iria mentir sobre ela aos oficiais da "Santa" Inquisição, ela sabia o tipo de tortura e morte que a esperava. O sacerdote poderia provavelmente delatar a mulher aos inquisidores como bruxa.

Neste tratado, tentamos andar em uma linha fina entre a modéstia cristã e o desejo ardente de que você conheça toda a verdade com relação à Inquisição. Visto que muitas das vítimas eram deixadas nuas e torturadas publicamente, ou deixadas nuas e estupradas privadamente,


Muitas das vítimas eram simplesmente queimadas na estaca, como você pode ver aqui. Normalmente, essas execuções na fogueira eram realizadas em público, para que a população visse o que acontecia com aqueles que enfrentavam a igreja.

 Entretanto, na maioria das vezes, as pessoas que eram queimadas em público, primeiro eram torturadas privadamente. Em toda a Europa, os reis e seus súditos sabiam que os torturadores do papa eram absolutamente os melhores; eles podiam forçar "confissões" por meio de técnicas de tortura hábeis e os reis sabiam que podiam contar com eles, caso seus homens não pudessem extrair as confissões.

Um historiador secular - John J. Robinson - nos dá uma rápida e singular visão neste mundo papal tenebroso da tortura e do assassinato no ano de 1310. Escrevendo em seu livro, Born In Blood: The Lost Secrets of Masonry [Nascida em Sangue: Os Segredos Perdidos da Maçonaria], Robinson revela:

"Dois anos se passaram, e os Templários interrogados sem tortura não confessaram nada, constantemente reafirmando sua inocência... Em resposta a uma exigência papal que a tortura fosse empregada, o rei

Eduardo replicou que ela nunca tinha desempenhado um papel na jurisprudência eclesiástica ou secular na Inglaterra, de modo que ele não tinha no reino nem mesmo pessoas qualificadas que soubessem como realizá-la. Exasperado, o papa Clemente V escreveu, advertindo Eduardo que ele devia considerar o destino de sua própria alma ao falar dessa maneira das ordens diretas do vigário de Cristo na Terra, e dizendo que iria tentar somente mais uma vez, dando ao rei o benefício da dúvida. O papa estava despachando dez torturadores hábeis à Inglaterra sob a responsabilidade de dois experimentados dominicanos; agora Eduardo não teria mais desculpas.... Diz alguma coisa da resolução do papa que ele separou tempo do seu ofício sagrado na véspera do Natal de 1310, para lidar com o problema dos prisioneiros templários. O presente de Natal dele ao povo inglês foi a introdução da tortura no sistema judicial do interrogatório." [pg 148]

Embora o imperador Constantino (ano 321) tenha iniciado a política de suprimir todas as pessoas e as doutrinas que não estavam em conformidade com o dogma oficial. A maioria dos estudiosos coloca o começo da Inquisição oficial com o papa Teodoro I (642-649), que iniciou a prática de mergulhar sua pena dentro de vinho consagrado antes de assinar a sentença de morte dos “hereges.” [The Magic of Obelisks, de Peter Thomkins, pg 55]

No livro Lives of the Popes, ficamos sabendo que o "vinho consagrado" com o qual o papa Teodoro I assinava esses mandados de morte era o vinho da eucaristia [McBrien, pg 105].

A Inquisição foi iniciada nesse período, e foi direcionada contra as heresias dos filósofos herméticos, isto é, os acusados de praticarem Magia Negra. Grande era o medo que a Inquisição gerava entre a população geral nas aldeias e nas cidades; os agentes da Inquisição entravam na cidade, armados com a bula papal que autorizava o líder das forças papais que tinham entrado na cidade. O representante principal do Vaticano caminhava até a praça central da cidade e, cercado por soldados fortemente armados, lia a declaração papal. Uma vez que a declaração tinha sido lida, os soldados começavam a prender os "hereges" - definidos como aqueles que discordam da Igreja de Roma. O dogma romano era o padrão, não a Bíblia Sagrada.

O vazamento dos olhos geralmente era aplicado nas pessoas cultas porque seu meio de vida e sua paixão na vida eram o estudo acadêmico. Depois que os olhos eram perfurados ou arrancados, essas pessoas ficavam destituídas e não podiam influenciar mais ninguém com sua "heresia". Verdadeiramente, esses aterrorizados aldeões logo descobriram que o jugo de Roma era pesado, horrível de ser carregado e terrivelmente opressor. O jugo suave do Salvador parecia uma memória distante, perdida nas névoas de muitos séculos, oculta pelo véu da Roma pagã.

"E assim foi infligido no sul da França um dos mais ferozes massacres da história. Grupos de brigadas do norte pilhavam e saqueavam. Na Catedral de Saint-Nazaire, doze mil 'hereges' foram mortos... Aqueles que tentaram fugir foram cortados e mortos. Milhares mais foram queimados na estaca. Em Toulouse, o bispo Foulque levou à morte dez mil pessoas acusadas de heresia. Em Beziers, a população inteira de mais de vinte mil pessoas foi chacinada. Em Citeau, quando questionado sobre como os soldados deveriam distinguir os católicos dos Kátaros, o abade respondeu com seu cinismo afamado: 'Matem todos; Deus saberá quais são os seus'." [Thompkins, pg 58]

Depois que a matança começou, o Vaticano decidiu que o esforço era tão válido que precisava ser sistemático, não dependente totalmente dos líderes católicos locais. Nesse tempo, foi estabelecido o Ofício da Inquisição. Não apenas esse Ofício fornecia uma liderança central para a matança, mas também podia usar os recursos da Igreja Católica para melhor treinar os executores e, mais importante de tudo, treinar cuidadosamente homens sádicos selecionados para serem os melhores torturadores do mundo.

Embora a maior parte das execuções fosse realizada publicamente, a tortura para obter "confissões" era realizada em recintos secretos, normalmente em um calabouço em uma igreja, especificamente projetado para a tortura.          Nesta gravura, vemos um homem pendurado por cordas amarradas atrás de suas costas, enquanto um oficial da Inquisição se prepara para torturar um prisioneiro usando uma tenaz quente que ele logo colocará na ponta dos dedos do pé do homem. No centro da gravura, um prisioneiro está deitado em uma padiola que está sendo puxada por cordas e correias para uma posição vertical, em que ele permanecerá por várias horas, sujeito a todo tipo de torturas feitas nos ouvidos, olhos, nariz e boca.

Nessa posição, bem como no enforcamento que você vê no canto esquerdo superior, as juntas da pessoa podiam facilmente ser deslocadas, produzindo dores terríveis.

Como mencionamos anteriormente, a simples acusação equivalia a ser culpado de um crime. Nenhuma pessoa condenada saía ganhadora da causa, provando sua inocência e saindo livremente.

 Você pode ver este pobre homem acusado ante os padres que conduzem o espetáculo do julgamento.

 O crucifixo para o qual o frade está apontando está pendurando à direita do acusado, pois esses homens pensavam que suas atividades de tortura estavam realmente servindo e avançando o reino de Jesus Cristo.

Por muitos anos, centenas de milhares de católicos leais torturaram e mataram dezenas de milhões de pessoas, pensando que estavam servindo ao Salvador por obedecer aos cruéis ditames do papa. Eles realmente pensaram que estavam fazendo "um serviço a Deus".

 

 Uma das formas de tortura mais comuns. Este pobre homem foi amarrado com uma corda apertada em torno do pescoço e da cintura, que estão presos em uma tábua no formato de uma porta. Os pés do homem foram colocados em um tronco, e diante das solas dos pés está uma bacia com carvão em brasas. O homem sentenciado será torturado com fogo nos pés enquanto seu pescoço será cada vez mais apertado pela correia que está presa à tábua.

A expressão de terror no rosto do homem diz tudo, você não acha? Lembre-se, na feitiçaria, maior poder oculto flui aos perpetradores do sacrifício satânico se a vítima sofrer horrivelmente. Assim, um bruxo que sacrifique uma vítima procurará de todo o modo inflingir a máxima dor enquanto a vítima morre lentamente sob tortura. Todo esse ódio e toda essa tortura planejada fazem muito sentido uma vez que você compreenda esse princípio da feitiçaria.

 À medida que a Inquisição se desenrolou, outro espírito demoníaco varreu a igreja e as pessoas que executavam a Inquisição. Esse espírito era de um absoluto e diabólico ódio à humanidade, acompanhado por um amor correspondente à tortura.

 Algumas pessoas ricas sentadas do outro lado da vidraça, olhavam os pobres homens serem torturados, como se estivessem assistindo a uma ópera! Mulheres e homens observavam as vitimas morrerem lentamente enquanto ele roda na ponta afiada.

 

 

As Mulheres Sentiam Um Medo Especial da Inquisição

 Se uma mulher fosse acusada de bruxaria, ficava na iminência de sofrer uma tortura muito especial por parte do clero sedento de sexo.

  Como você descobrirá ao ler o "Malleus Maleficarum", o manual operacional da Inquisição, as mulheres eram especialmente visadas para perseguição como prováveis bruxas. Se uma mulher fosse meramente lançada de um lugar alto, como vemos aqui, podia chamar a si mesma de sortuda por ter uma morte relativamente rápida e com pouca dor. Como demonstraremos, um espírito demoníaco de obsessão de desvio sexual e luxúria soprou em toda a Inquisição depois da publicação do "Malleus Maleficarum"; em 5 de dezembro de 1484, o papa Inocêncio III emitiu a bula papal que estabeleceu esse documento como o padrão pelo qual a Inquisição deveria ser conduzida. O celibato clerical já estava em vigor há 361 anos, tempo bastante para tornar os sacerdotes em verdadeiros desviados sexuais.

Essa obsessão sexual rapidamente cresceu ao ponto em que uma mulher vivia com medo de que um dia, a partir do nada, pudesse ser acusada por alguém de ser uma bruxa; visto que a acusação era equivalente à culpa, aquela mulher podia esperar uma morte lenta sob tortura nas mãos de sacerdotes celibatários e com desvio sexual. Essa declaração é fato histórico, e provaremos isso, por meio do documento oficial da "Santa" Inquisição católica romana, o "Malleus Maleficarum".

 

 Mulher condenada, acusada de bruxaria, era despida e forçada a engatinhar, diante dos olhares lascivos da multidão, para uma gaiola onde ela será colocada e depois pendurada para todos verem. Os padres acreditavam que uma bruxa perdia seus poderes quando era suspensa do chão; portanto, quando os soldados da Inquisição prendiam uma mulher acusada de bruxaria, podiam puxá-la fisicamente do chão e carregá-la à masmorra de confinamento. Essa gravura transmite a essência dessa crença ridícula.

Um dos mais hediondos de todos os instrumentos de tortura utilizados contra as mulheres na Inquisição eram os "fura-bruxas", mostrados em seguida. Como você pode ver, esses instrumentos são na verdade facas. O "Malleus Maleficarium" declarava que as bruxas têm uma "marca do Diabo" em algum lugar em seu corpo. Isso exigia que o sacerdote investigador fizesse ele mesmo uma inspeção minuciosa no corpo nu da pobre mulher. Essa inspeção era freqüentemente realizada em meio a um grupo de homens.

"Para aumentar o número de toques [perfurações], foi inventada a noção sutil de que a marca do Diabo deixava um ponto insensível à dor, discernível apenas por um inspetor perito com uma ponta afiada (uma dessas facas). Assim, surgiu uma guilda de 'perfuradores de bruxas', que eram remunerados apenas quando descobriam uma bruxa, o que por sua vez levou à “prova cabal” do sistema de usar uma ponta retrátil auxiliar. O perfurador oficial, tendo dolorosa e visivelmente retirado sangue de vários pontos da vítima nua, penetrava o perfurador substituto ao máximo, surpreendendo a multidão, e assegurando seus honorários pela bruxa entregue para julgamento." [Thomkins, pg 391] No afã de lucrar, forjavam um instrumento para provar sua denuncia.

Em outras palavras, essa faca retrátil não penetrava na carne quando era pressionada com força, mas retraía para dentro do cabo. No entanto, a multidão não sabia disso, e acreditaria que a razão por que a mulher não gritava, e por que não jorrava sangue ao ser perfurada, era por que ela era uma bruxa. Esses "fura-bruxas" procuravam também outras "marcas do Diabo" no corpo da mulher.

Segundo a Igreja, em algum lugar no corpo da bruxa, o Diabo deixava sua marca, a mais óbvia das quais era um mamilo supranumerário, sinal seguro de dedicação à deusa Diana, de muitos seios, a rainha das bruxas. Certamente, os sacerdotes celibatários e "castos" estariam muito interessados em examinar as mulheres!

Como entender que assassinos cruéis, opressores de inocentes e imorais inescrupulosos são considerados santos e infalíveis pelos católicos romanos?

Obs. Individuo como: Flávio Valério Constantino I (“São Constantino Magno, para os católicos romanos”), que foi pagão Por toda sua vida. Constantino foi um homem complexo e supersticioso. Mandou torturar até a morte entre outros seis mil prisioneiros germanos e lançar seus chefes às feras. Mandou assassinar a sua esposa Fausta, o seu filho Crispo e o seu cunhado Licínio. Ele se mostrou tolerante pela prática dos cultos, deixou restaurar e edificar templos pagãos conservou os títulos de "divino" e de "sumo pontífice" atribuídos pelos pagãos.

A conversão de Constantino foi realmente sincera ou foi mais uma manobra política para atrair os cristãos para o seu lado? Ele foi um cristão convicto ou um oportunista?

Constantino sentindo-se gravemente doente mandou chamar rapidamente um bispo, que não foi outro senão Eusébio de  Nicomédia, um dos maiores defensores do arianismo. Constantino foi batizado no leito de morte, "in-extremis" (batismo clínico) ele morreu no dia 22 de Maio de 337.  Em que esse homem foi santo?

Por sua intromissão em assuntos religiosos, o Imperador acabou causando danos à igreja de Cristo, inclinando-se em seus últimos anos em favor do arianismo. O arianismo teve influência na família do imperador e também nobreza imperial.

         Eu peço a Deus que tenha misericórdia dos que ainda vivem com essas mesmas ilusões romanas!