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Formação do Antigo e Novo Testamento

Formação do Antigo e Novo Testamento

A formação do Antigo Testamento

Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia. Os textos bíblicos do Antigo Testamento começaram a serem escritos em forma documental. No decorrer dos séculos foi-se formando a biblioteca sagrada de Israel, sem que os judeus se preocupassem com a catalogação das mesmas ( mesmo havendo um profundo respeito principalmente pela torah ).

Só depois do Exílio Babilônico (c.538 a.c) é que surge o interesse de se organizar definitivamente as sagradas escrituras. Nessa época é que o Antigo Testamento adquiriu toda a sua forma que conhecemos hoje. Ele se tornou o eixo de um sistema social e religioso,  o judaísmo. Era como a carteira de identidade do povo de Israel.

Os judeus foram juntando no decorrer de sua história a coleção dos livros e dividiram-na em 3 partes:

Torah ( תּוֹרָה ) = lei - contendo os 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Formam o núcleo fundamental do A.T.

Nevyiym ( נְבִיאִים ) = profétas - os judeus compreendiam por esse título os livros que hoje são denominados proféticos e históricos.

Ketuviym (כְּתוּבִים  ) = escritos  - os judeus designavam por este nome os livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias, Crônicas.

No segundo século antes da nossa era, esta coleção já estava terminada. Nessa época, os judeus estavam, em parte, dispersos pelo mundo afora (diáspora - emigração e dispersão dos judeus para outros países). Quando os judeus começaram a emigrar para outros países, levaram consigo a Bíblia. Fixou-se, um grupo de judeus, em Alexandria (Egito), onde se falava grego e lá constituíram uma colônia. Adotaram a língua grega e tiveram a necessidade de traduzir a Bíblia do hebraico para o grego. Conta a Tradição que em Alexandria o rei Ptolomeu II em 250 a.c querendo possuir na sua biblioteca um exemplar grego dos livros sagrados dos judeus, pediu ao sumo sacerdote Eleázar de Jerusalém os tradutores. Eleázar enviou seis sábios de cada uma das doze tribos de Israel (72 sábios) para Alexandria. Estes ficaram em 72 cubículos individuais e no final os 72 textos gregos do Antigo Testamento estavam idênticos. Consideraram um milagre! Ficou sendo conhecida como a Tradução dos Setenta (Septuaginta) ou tradução Alexandrina. Séculos depois os Judeus decidiram traduzir sua bíblia para a língua hebraica, pois os cristãos eloquentemente estavam usando a septuaginta e convertendo muitos judaizante ao cristianismo. Surge então por volta do século IX uma versão escrita originalmente em hebraico, copiada com fidelidade pelos escribas Judeus.

   

 

A formação do Novo Testamento

Por volta do século II. Os quatro evangelhos já eram conhecidos. Irineu, considerado um dos Pais apostólico da Igreja não nos deixa dúvidas a respeito do "quádruplo" evangelho. Havia muita literatura espúria, em parte obra de hereges, mesmo sob a forma de "evangelhos", mas não existe prova alguma de que a Igreja oficial tenha aceitado como Escritura outros evangelhos além de Mateus, Marcos, Lucas e João. Pelo fim do século II os quatro evangelhos e os Atos já eram escritos indiscutivelmente aceitos, assim como também as treze epístolas de Paulo.

É mais escassa a documentação referente aos outros livros do novo Testamento, com exceção de I Pedro e I João. A história do Canon durante os séculos III e IV gira precisamente em torno da posição desses outros livros. O Apocalipse certamente já estava em uso no século II, mas só no século III tal uso se difunde. A carta aos Hebreus era conhecida e usada já bem cedo.

Por que os três primeiros evangelhos se são tão parecidos? Foi justamente porque são parecidos que eles foram juntos, em resposta a um tal de Marcião de Sinope (c. 110 - 160), o tal foi o fundador do que veio depois a ser chamado Marcionismo. De acordo com a teologia de Marcião o Antigo Testamento deveria ser rejeitado e apenas os textos que ele atribuiu a Paulo deveriam ser tidos como sagrados.

Marcião era filho de um bispo da igreja, mas depois se afastou da igreja por conta de suas discordâncias doutrinárias. Alguns sustentam a teoria de que foi por causa de imoralidade, então foi expulso. Policarpo chamou-o de "primogênito de Satanás".

         Marcião dizia também ser só o evangelho segundo Lucas - sem nenhum milagre, escritura sagrada.

As epístolas gerais, ou universais - II Pe; II e III Jo; Tiago e Judas - encontraram alguma resistência a princípio em algumas igrejas por terem um conteúdo breve.

É claro que o cânon do Novo Testamento não é o resultado de declarações eclesiásticas, mas que, foi se formando aos poucos, de acordo com as necessidades da Igreja de Cristo.