Algumas manchas teologicas
Algumas manchas teológicas
Ainda não existia um conjunto doutrinal completo nos primeiros séculos, muitos seguiam algumas tradições. Não quer dizer que esses homens eram idolatras. Não eram!
-Tito Flávio Clemente, de Alexandria c. 150 – 215:
Acreditava que os filósofos foram profetas de Deus para os gregos.
-Orígenes Adamantios, de Alexandria 185 c. 185-254:
Acreditava na preexistência da alma e no universalismo.
-Táscio Cecílio Cipriano, de Cartago 200-258 :
Acreditava no primado de Pedro (não como um Papa, supremo pontífice).
1. Quem presta atenção a estes ensinamentos não precisa de longo estudo, nem de muitas demonstrações. A prova da nossa fé é fácil e compêndiosa.
2. Assim fala o Senhor a Pedro: "Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas dos infernos não a vencerão. Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus e tudo o que ligares na terra será ligado também nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado também nos céus" (Mt 16,18-19).
3. Sobre um só edificou a sua Igreja. Embora, depois da sua ressurreição, tenha comunicado igual poder a todos os apóstolos, dizendo: "Como o Pai me enviou, eu vos envio a vós. Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados, a quem os retiverdes ser-lhe-ão retidos" (Jo 20,21-23), todavia, para tornar manifesta a unidade, dispôs com a sua autoridade que a origem da unidade procedesse de um só.
4. É verdade que os demais apóstolos eram o mesmo que Pedro, tendo recebido igual parte de honra e de poder, mas a primeira urdidura começa pela unidade a fim de que a Igreja de Cristo aparecesse uma só.
[ Cipriano, de Cartago, Unidade da igreja cap. IV ]
-Aurélio Agostinho, de Hipona 354-430:
Acreditava na virgindade perpetua de Maria. Mesmo tendo consertado vários erros anteriores.
“Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem grávida, virgem que traz o feto, virgem perpétua.” (Agostinho de Hipona, Sermão CLXXXVI, 1).
Os reformadores traziam uma grande bagagem dos anos de tradição que viveram dentro da igreja católica romana, isso refletiu muitas vezes em suas atitudes.
Acreditava na virgindade perpetua de Maria. Mas, não defendia devoção a ela como querem afirmar alguns católicos romanos.
“Ele, Cristo, nosso Salvador, era o fruto real e natural do ventre virginal de Maria... Isto aconteceu sem a participação de qualquer homem e ela permaneceu virgem mesmo depois disso“. (Martinho Lutero, "Sermões sobre João", cap. 1 a 4, 1537-39).
"Virgem antes, no e depois do parto, que está grávida e dá à luz. Este artigo (da fé) é milagre divino." (Sermão Natal 1540: 49,182).
Lutero interpreta as palavras de Maria, comentando Lc 1.48,49 assim: “Eu sou apenas a oficina na qual ele trabalha, pois não ajudei em nada para a obra. Por esse motivo, também ninguém deve me louvar ou dar a honra à minha pessoa pelo fato de ter me tornado mãe de Deus. Ao contrário, vocês devem louvar a Deus e sua obra em mim. Quanto a mim, basta que se alegrem comigo e me considerem bem-aventurada porque Deus se valeu de mim para realizar essa sua obra em mim”. [ Martinho Lutero, Sermão Lc. 1.48-49 ]
“...Quanto mais mérito e dignidade se atribui a ela, tanto mais se desmerece a graça divina e diminui a verdade do cântico de Maria.
...Maria não quer que você se dirija a ela, e sim, a Deus.” [ Martinho Lutero, Sermão Lc. 1.46-55 ]
Acreditava também na consubstanciação (presença real de Cristo) nos elementos da santa ceia.
- Ulrich Zwinglio 1484 -1531 :
Acreditava na virgindade perpetua de Maria, apesar de criticar radicalmente a devoção à Maria e aos santos.
“Creio firmemente que Maria, conforme as palavras do Evangelho que afirmam que de uma virgem nos nasceria o Filho de Deus, permaneceu sempre pura e intacta virgem durante e depois do nascimento de seu Filho." [ Ulrich Zwinglio, citado em "Corpus Reformatorum" v.1, p.424].
Ainda que tenha combatido as procissões, festas, imagens e cultos a Maria. Contudo acreditava na virgindade perpetua dela.
"Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1.25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia... Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro, mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo“. (João Calvino, "Sermão sobre Mateus", publicado em 1562).
Um grande abraço na paz do Senhor Jesus!
Aldrain Lima