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Cipriano de Cartago

Cipriano de Cartago

                            Cipriano de Cartago (200-258) 

Táscio Cecílio Cipriano recebeu formação superior, dedicando-se à oratória e advocacia. Converteu-se ao Cristianismo, já adulto, por volta de 245. Três anos depois foi eleito bispo de Cartago. Muitos de seus escritos acompanham os passos de Tertuliano, a quem ele chamava de “o mestre”, sem necessariamente ficar dependente deste, guarda certo respeito em relação ao mestre (Tertuliano).

Algumas comunidades cristãs na época de Cipriano vivia intenso fervor. As sangrentas perseguições, que desde Nero (ano 64) a sacudiam, somente faziam aumentar o fervor, e os mártires entregavam suas vidas com amor e fé.

         No breve período de seu episcopado, enfrentou as duas primeiras perseguições sancionadas por um edito imperial, a de Décio (250) e a de Valeriano (257-258). Depois da perseguição particularmente cruel de Décio, o bispo teve de empenhar-se com muito esforço por voltar a pôr disciplina na comunidade cristã. Muitos cristãos, de fato, haviam negado a fé, ou não haviam tido um comportamento correto ante a prova. Na obra De Lapsis (“os traidores,” nessa obra é narrado também o drama sofrido pelos verdadeiros cristãos), sobre os que apostataram na perseguição. Desejavam agora voltar a comunidade, o debate sobre sua readmissão chegou a dividir os cristãos. A controvérsia entre Cipriano e o bispo de Roma, Estevão I, sobre a readmissão de alguns lideres aos seus antigos postos e a validez das ordenanças sacramentais (batismos, santa ceia.) administrado por parte desses apóstatas ( lideres que haviam negado a fé nas perseguições ). A situação ficou muito mais conflitante quando o bispo Cipriano passou a apoiar que os traidores deveriam ser rebatizados. 

Com que autoridade eles ministravam os sacramentos se outrora os haviam desprezado. Quando Cipriano falava da unidade da igreja e  contra o batismo herético e os cismáticos            ( devemos nos lembrar da divergência e a oposição dele ao bispo romano Estevão I), ele não estava defendendo a igreja romana. Estava falando justamente daqueles que ensinando de forma errada, faziam o povo afastar-se causando assim a desunião. Cipriano dizia que "não se pode dar a fé a quem não a tem”.

                           Eis alguns textos católico romano sobre Cipriano:

A situação se tornou mais grave quando o bispo  Cipriano em 255´6 passou a apoiar a sentença e a praxe do rebatismo.” [www.cleofas.com.br ]

“Cipriano considerava inválido o batismo ministrado por hereges (Romanos). Mesmo com a reprovação do papa Estevão I, insistiu em manter seu ponto de vista. Foi decapitado no dia 14 de setembro de 258, em Cartago, sob Valeriano. Pelo martírio certamente foi perdoado de seu erro e foi para junto de Cristo.” [www.veritatis.com.br]

Segundo essa opinião dos católicos romanos, Cipriano só foi perdoado de seu pecado de rebelião contra a igreja romana na sua morte. Não seria Cipriano mais um herege?

Se a igreja assassina existisse naquela época, Cipriano seria mais um "herege" destruído.

São maravilhosas as palavras de Cipriano. Ele demonstra uma clareza de ideias e um espírito decidido na meta que almeja alcançar. Homem de Deus baseou-se totalmente nas escrituras para defender a unidade da Igreja, e as santas doutrinas recebidas diretamente dos apóstolos.

 

Martírio de Cipriano

Cipriano foi preso e ordenado a participar das cerimônias religiosas pagãs oficias do Estado. Quando ele se recusou foi exilado em uma cidade a 75 km de Cartago. Em 258, Cipriano foi julgado por Galerius Máximo, um procônsul que ordenou que ele fosse decapitado.

Uma  grande multidão se reuniu no campo de Sexto, conforme a determinação do procônsul Galério Máximo. Este, presidindo no átrio Saucíolo, no mesmo dia ordenou que lhe trouxessem Cipriano. Chegado este, o procônsul interrogou-o: “És tu Táscio Cipriano?”

O bispo Cipriano respondeu: “Sou.”

O procônsul Galério Máximo: “Tu te apresentastes aos homens como pai do sacrílego intento?” Respondeu o bispo Cipriano: “Sim.”

O procônsul Galério Máximo disse: “Os augustíssimos imperadores te ordenaram que te sujeites às cerimônias.” Cipriano respondeu: “Não faço!”

Galério Máximo disse: “Pensa bem!” O bispo Cipriano respondeu: “Cumpre o que te foi mandado; em causa tão justa, não há que discutir”.

Galério Máximo deliberou com o seu conselho e, com muita dificuldade, pronunciou a sentença, com esta palavras: “Viveste por muito tempo nesta sacrílega ideia e agregaste muitos homens nesta ímpia conspiração. Tu te fizeste inimigo dos deuses romanos e das sacras religiões, e nem os piedosos e sagrados augustos príncipes Valeriano e Galieno, nem Valeriano, o nobilíssimo César, puderam te reconduzir à prática de seus ritos religiosos. Por esta razão, por seres acusado de autor e guia de crimes execráveis, tu te tornarás uma advertência para aqueles que agregaste a ti em teu crime: com teu sangue ficará salva a disciplina”. Dito isto, leu a sentença: “Apraz que Tarcísio Cipriano seja degolado à espada.” O bispo Cipriano respondeu: “Graças a Deus!”

Após a sentença, o grupo dos irmãos dizia: “Sejamos também nós degolados com ele”. Por isto houve tumulto entre os irmãos e grande multidão o acompanhou. E assim Cipriano foi conduzido ao campo de Sexto. Ali tirou o manto e o capuz, dobrou os joelhos e prostrou-se em oração ao Senhor. Retirou depois a dalmática, entregando-a aos diáconos e ficou de alva de linho e aguardou o carrasco, a quem, quando chegou, mandou que os seus lhe dessem vinte e cinco moedas de ouro. Os irmãos estenderam diante de Cipriano pano de linho e toalha. O bem-aventurado quis vendar os olhos com as próprias mãos. Não conseguindo amarrar as pontas,  o ajudaram. Deste modo morreu o bem-aventurado Cipriano. Sendo degolado na presença de grande multidão de cristãos e pagãos em 258, durante a perseguição de Valeriano e Galieno imperadores, reinando.